"James Whiteӎ
o primeiro longa metragem de Josh Monde. O filme ganha o nome do personagem por
se limitar a ele. Na técnica fotográfica(de Mátyás Erdély)que lembra o recente”O
Filho de Saul”,a câmera foca o ator Christopher Abbot em primeiro plano (não
chega a ser close-up) e segue com ele ruas afora, adentrando em boates,
seguindo em salas diversas e ganhando força nos espaços por onde vai parar sua
mãe doente de câncer.
O roteiro do
próprio diretor evidencia a morte. Primeiro a do pai com quem James não mantinha intimidade e estava
separado da mãe(Cynthia Nixon, excelente), ele casado em segunda nupcia com uma
oriental. Quando este homem morre ele acompanha a mãe que mora só em um pequeno
apartamento. Sem emprego, James mantem amizade com o negro Nick(Scott Mescudi)
e uma jovem com quem tenta manter um romance mas a doença da mãe o afasta.
O lento
processo de deterioração da saúde materna leva James a um esforço que lhe
revela um filho devotado ao extremo. O amor materno seria a sua razão de vida.
E o enfoque de primeira pessoa define e acompanha isto. Nos planos de inicio e
de fim resta as suas expressões, um trabalho difícil para o ator e certamente
um caminho para o filme se desviar do melodrama, valendo como uma invasão de
privacidade, a cara de quem é afinal o objetivo de se filmar.
O
quase-close não chega a ser o único modo de se ver o filme. Há desvios da
objetiva para acontecimentos em torno, mas sempre com a razão do personagem.
Não é à toa que o autor chamou seu trabalho pelo nome de seu herói. Um exemplo
de cinema intimista (ou introspectivo) de forma explicita, sem a correlação que
um Antonioni, por exemplo, fazia do tipo com a vida que ele levava.
Claro que “James
White” não vai chegar às nossas salas comerciais. Mas o pessoal que programa o
alternativo deve anotar. É o cinema americano independente e forte. De
aplaudir.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário