Maria Sylvia Nunes encontra hoje o seu Bené(Benedito Nunes)
na eternidade. Tinha feito 90 anos. Foi professora de teatro(estética), dirigiu
as primeiras peças dramáticas para a TV na pioneira local Marajoara (lembro de “O
Morro dos Ventos Uivantes”) e no cinema esteve na f ficha técnica da animação “Manosolfa”
além de fazer parte do primeiro cineclube local, “Os Espectadores”(1955) e na
criação do Centro de Estudos Cinematográficos da UFPa.
Conheci Maria Sylvia bem jovem, aluna de uma aula de química
de meu irmão(José Maria Direito Álvares)no Colégio Moderno. Na época sentava
numa fila da frente com o namorado Benedito. Casados, demonstravam sempre amor
ás artes e quando viajavam não deixavam de frequentar salas de teatro e cinema
.
Os dois Nunes iam ao meu Cine Bandeirante e era motivo de alegres conversas
sobre a chamada Sétima Arte.
Bané chegou a ser meu professor de Historia e Filosofia também
no Moderno. Iam muito ao nosso Mosqueiro, com casa no Maraú.
Sinto muito a partida da Maria Sylvia e reconheço que se
inscreveu na historia cultural de Belém. Seu nome no teatro da Estação das
Docas é muito merecido.