Fern (Frances McDormand),
mulher na casa dos sessenta,vê-se desamparada quando o marido morre, a fabrica
de gesso que ele possuía vai à falência levando-a a migrar para arranjar o
mínimo de manutenção. Sem nada a perder,
ela embarca numa viagem pelas regiões
oeste e centro-norte dos E.U.A. – Califórnia, Arizona, Nebraska, Dekota do Sul.
Pelo caminho, cruzar-se com personagens que também são trabalhadoras
itinerantes. As novas amizades refletem uma condição de vida extremamente
dramática, a refletir o cenário rude de região deserta;
O
filme segue uma linha documental com a ficção mergulhada num quadro real onde
muitas personagens são interpretadas por elas mesmas, sem maquilagem de atores.
Com isso mostra-se um “diamante bruto” no modo como reflete dramas pessoais em
cenário onde a natureza colabora para o clima dramático.
Desde
a fase internacional do neorrealismo não se via esse tipo de cinema. E hoje ele
carrega um quadro social que se sabe existir nos EUA na Era Trump.
Frances
McDormand repete o brilhantismo de papéis anteriores e poderia ganhar o Globo
de Ouro que lhe indicaram. Mas a verdade é que o filme não é só dela. Há um conjunto estelar. Elogio à
direção de Chloe Zhao.