quinta-feira, 4 de março de 2021

Nomadland



 Fern (Frances McDormand), mulher na casa dos sessenta,vê-se desamparada quando o marido morre, a fabrica de gesso que ele possuía vai à falência levando-a a migrar para arranjar o mínimo de manutenção.  Sem nada a perder, ela embarca numa viagem  pelas regiões oeste e centro-norte dos E.U.A. – Califórnia, Arizona, Nebraska, Dekota do Sul. Pelo caminho, cruzar-se com personagens que também são trabalhadoras itinerantes. As novas amizades refletem uma condição de vida extremamente dramática, a refletir o cenário rude de região deserta;

            O filme segue uma linha documental com a ficção mergulhada num quadro real onde muitas personagens são interpretadas por elas mesmas, sem maquilagem de atores. Com isso mostra-se um “diamante bruto” no modo como reflete dramas pessoais em cenário onde a natureza colabora para o clima dramático.

            Desde a fase internacional do neorrealismo não se via esse tipo de cinema. E hoje ele carrega um quadro social que se sabe existir nos EUA na Era Trump.

            Frances McDormand repete o brilhantismo de papéis anteriores e poderia ganhar o Globo de Ouro que lhe indicaram. Mas a verdade é que o filme não é só  dela. Há um conjunto estelar. Elogio à direção de Chloe Zhao.