sábado, 17 de outubro de 2020

Fabio Barreto

 

Fabio Barreto morreu em 2019 dez anos depois de ter sofrido um avc (derrame) quando propagava seu filme “Lula, O Filho do Brasil” que fez com Marcelo Santiago. Talvez o melhor filme desse diretor, irmão de Bruno (diretor de ‘Romance da Empregada” entre 28 titulos até no exterior)e filho de Luis Carlos e Lucy, personagens importantes da historia da cinematografa nacional.  Na época do derrame o filme sobre o então presidente ele era não só elogiado como candidato a muitos outros projetos. O cineasta passou mais de ano em coma. Tudo hoje é Historia. Não se imagina como Fabio veria o que aconteceu a Lula no correr dos anos. Faria outro filme ?(sequencia do primeiro?). No panorama atual do país talvez o tema estaria proscrito de muitos autores. Talvez anos depois, quando Lula deixar este mundo, o cinema se volte ao tema. É sempre assim, um bafo de saudade cerca o tempo. O que se sabe é que hoje pouco de vê do que fez Fabio Barreto. O filme sobre Lula existe em copias dvd e bluray. Não faz “sessão da tarde”. Prefere-se mesmo ler (ou ver) o passado como passado. Sem efeito secundário. Bem Brasil.

sábado, 10 de outubro de 2020

Cirio sem cirios

 

                Cirio sem a procissão das aguas imaginada por Carlos Roque, sem a trasladação que eu via do pátio de minha casa, na av S. Jeronimo, sem a grande romaria que ia assistir, levado por minha ama, Artemisia (chamada Cabocla) de uma casa na av Nazaré, sem os brinquedos do arraial que eu frequentava especialmente os “aviões” com nomes de times de futebol(o meu era o Paissandu),sem a procissão do ultimo domingo da festa que passava (como a trasladação) na minha rua.Sem nada disso vejo um ano cabalístico, o pior de meus 84 e um dos mais trágicos ´para a humanidade.

                Este ano um minúsculo intruso muda tudo. E mesmo assim pode gerar infecções por romeiros teimosos.

                O Cirio resistiu as pandemias passadas como a Gripe Espanhola  e Asiatica. Entra na historia do Coronavirus como uma intromissão maldita. E esta maldição atinge mais de 200 anos. Lembro de ter visto mais de 80 Cirios . Com dois anos cheguei a ir no Carro dos Anjos devidamente “fantasiado”. Senti a festa popular por excelência. Nenhum paraense era alheio ao que se fazia no segundo domingo de outubro. Este 2020 dá pena.

                Li numa revista nacional que 2020 não é o pior. Houve um dos anos 500. Citam fenômenos atmosféricos e isto não afetaria agora, numa época em que a ciência se desenvolveu e o mundo só teme uma guerra nuclear vendo nações exibindo armas destruidoras como símbolo de poder. Agora seria aventar um futuro próximo. E o vírus assassino de hoje parece blefar com isso dizendo que nem é preciso bombas nucleares para matar multidões.

                Um Cirio sem círios restou para a soma dos tempos.