segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sniper Americano

“Sniper Americano” é daquele tipo de filme que exalta o nascido nos EUA. No caso é o atirador de elite Chris Kyle(Bradley Cooper), ás dos esportes guinado a militar atuante no Iraque depois do 11 de setembro de 2001. Começa o filme com ele mirando na sua teleobjetiva de rifle mulher e criança saindo de um galpão e ela entregando ao menino uma arma. O atirador fala com a base e recebe ordens de “saber bem que se trata de ofensiva para não acabar em prisão de quartel”. A mulher não escapa de bala, mas o garoto deixa a espingarda e corre. Com esta sequencia o roteiro indica de quem se trata. Chris faz parte de 4 missões que o filme detalha. Vê colegas morrerem mas liquida muitos inimigos. No fim das contas volta para casa recebendo carinhos da mulher e casal de filhos.
               Qualquer critica à sanha sanguinária do “mariner”passa pelos reclamos da esposa dele. Mas ela não deixa a casa como dizia.E o atirador que volta do campo de batalha parece deprimido. Não demora nisso nem preocupa um psicologo. O que parece amenizar a “mensagem”bélica é que ele vai morrer pelas mãos de um amigo. Num momento ele fala aos familiares que há 3 tipos de pessoas,comparando-as com  animais. Há o lobo predador, há cordeiro covarde e há quem mate para não morrer (cabe qualquer bicho).O filme advogaria a Pena de Talião em termos bem amplos. Justifica a guerra. Chris é um herói.Ele diz que luta “pelo maior país do mundo”.
               Clint Eastwood, aos 83 anos, volta a endeusar o comportamento republicano(ele é do partido). Um bom diretor, um ator que admiramos em muitos filmes, não deixa de ser um dos mais reacionários membros da elite de Hollywood.  E este “Sniper”que tanto sucesso de publico fez por lá, pelos EUA, é bem um exemplo de como muita gente reza na cartilha dele.

               Ah sim:o filme é candidato a Oscar. Não vai ganhar,mas só o fato de ser candidato mostra como a Academia de Hollywood preza seu conteúdo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Mais Candidatos a Oscar


Ainda os Oscarizáveis

 

Faleceu no dia 1º Pedro Rumiê, médico e acadêmico, que também fez crítica de cinema. Fazia parte do Cine Clube Juventude nos anos 60. No livro “A Crítica de Cinema em Belém”(1983) tem um texto seu sobre “Meu Tio” de Jacques Tati publicado originalmente em “O Liberal”.

                Voltando aos filmes oscarizáveis e que podem ser vistos por aqui lembro “O Jogo da Imaginação”, biografia de Alan Turing, cientista convocado pelo governo inglês, durante a guerra(a 2ª Mundial)para decifrar o código alemão chamado Enigma,um fantasma a aterrorizar os aliados. O êxito historicamente foi parcial pois os nazistas mudaram esse código quando descoberto (e ainda há a participação de um polonês que se omite). Mas o roteiro com base em um livro de Andrew Hodge, só bota nuvem na gloria de Alan quando ele se revela homossexual. A pena para este “crime” segundo os ingleses da época, seria “suavizada” com um tratamento hormonal  e eu lembrei daquele brasileiro que chefiou Direitos Humanos e achou a mesma coisa. No caso de Turing deu em suicídio. O filme dirigido por Morten Tydum é bem narrado mas não vai muito por dentro na psicologia do personagem e é vulnerável à História (mas isso não invalida a obra como cinema). O ator Benedict Cumberbatch é um dos fatores positivos a se considerar. Ele é um dos que vai disputar a estatueta da Academia de Hollywood lutando contra feras como Michael Keaton em “Birdman”.

                Também está ao alcance do espectador local “Selma”, o filme de Ava Duvernay que trata da célebre Marcha Sobre Washington quando Martin Luther King falou daquele “sonho”(I have a dream...) que se viu no excelente documentário “a Marcha”(de James Blue)que eu passei no Bandeirante através da filmoteca do USIS. O preconceito racial, especialmente no sul dos EUA, está muito bem tratado em outro filme, “Separados mas Iguais”, produção de TV que ora saiu em DVD no Brasil. Foi o último trabalho de Burt Lancaster (morreria semas depois em consequência de um avc). Tema que não se esgotou apesar da nação american ter hoje um presidente negro (e isto seria impensável no tempo de Luther King).

                E “Olhos Grandes” passou correndo por uma sala dos Cinépolis local. Tim Burton volta às biografias( e graças ao mesmo roteirista de seu “Ed Wood”, Scott Alexander) e o filme candidata Amy Adams ao Oscar. Mas esquece Christopher Waltaz que dá um banho de interpretação. Quem quiser ver baixe da internet ou espere o DVD.