quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Melhores Filmes de 2013 - ACCPA

Esta relação é a final do cômputo geral das listas dos membros da ACCPA.

1. Amor , de Michael Haneke - 90 pts.
2. Amor Pleno , de de Terrence Malick - 66 pts.
3. Blue Jasmine, de Woody Allen - 52 pts.
4. O Nono Dia, de Volker Schlöndorff - 43 pts.
5. O Som ao Redor , de Kleber Mendonça Filho - 41 pts.
6. O Mestre , de Paul Thomas Anderson - 31 pts.
7. Hanami - Cerejeiras em Flor, de Doris Dörrie - 29 pts.
8. Tetro, de de Franc...is Ford Coppola - 25 pts.
9. Frances Ha, de de Noah Baumbach - 24 pts.
10. Gravidade, de de Alfonso Cuarón - 19 pts.
Ana Karenina, de Joe Dizzy Wright
Django Livre, de Quentin Tarantino.

MELHORES FILMES DE 2013 – PEDRO VERIANO




1- Amor (Amour) de Michael Haneke
2- Blue Jasmin –de Woody Allen
3- O Nono Dia (Der Neunt Taug) de Volker Schlondorff
4- Capitão Philips – de Paul Greengrass
5- Os  Suspeitos (Prisoners) de Dennis Villeneuve
6- Gravidade (Gravity) de Alfonso Cuarón
7- Moonrise Kingdom – de Wes Anderson
8- Anna Karenina – de Joe Wright
9- O Quadro (Le Tableau) de Jean François-Laguionie
10- Cerejeiras em Flor (Krischbluten Hanabi) de Doris Dörie

Outras categorias

Diretor – Woody Allen (Blue Jasmine)
Ator- Daniel Day Lewis (Lincoln)
Atriz-Emmanuelle Riva(Amor) e Cate Blanchett (Blue Jasmine)
Ator Coadjuvante- Barkhad Abi (Capitão Phillips)
Atriz coadjuvante- Sally Hawkins (Blue Jasmine)
Roteiro original- Aaron Guzikowsky (Suspeitos)
Roteiro adaptado-Billy Ray (Capitão Phillips)
Fotografia – Emmanuel Lubezky (Amor Pleno)
Edição- Melanie Olivier (Ana Karenina)
Animação- O Quadro
Efeitos Especiais- “Gravidade”
Musica- Steven Price(Gravidade)
Pior filme-“Amantes Passageiros”

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O'Toole e Joan Fontaine

Dois grandes intérpretes de filmes que de alguma forma marcaram a historia do cinema se foram em dias seguidos: Peter O’Tolle no sábado 14/12 e Joan Fontaine no domingo 15/12. O’Toole deixou a imagem de Lawrence da Arábia segundo o diretor David Lean. O filme permanece uma das raras superproduções de ampla qualidade artística. Em quase 3 horas na edição final o diretor de tantos clássicos reviveu o conterrâneo dele que de alguma forma trabalhou pela união do povo árabe antes da 2ª.Guerra Mundial. Curioso é que O’Toole não era nenhum astro capaz de justificar a escolha para um projeto de grande orçamento. O papel, aliás, teria sido oferecido a Marlon Brando que recusou por falta de tempo. Lean acreditou no jovem que até então só havia feito trabalhos de coadjuvante e algumas peças de teatro. Daí em diante muito se viu com a marca interpretativa de um bom ator, e é possível que no próximo a critica local programe “Becket, O Favorito do rei” um de seus bons papeis e no filme que contracenou com o colega de escola Richard Burton. Joan Fontaine era uma das quase centenárias que os fãs festejavam a longevidade. Não ganhou a irmã Olivia de Havilland, hoje com 97 anos, concorrendo com Maureen O’Hara que atualmente soma 93. Foi a descoberta de Hitchcock em “Rebecca”(1940) e nas mãos dele a vencedora do Oscar por “Suspeita”(Suspicion/1941). O último filme de Joan foi em 1994, para a TV (“Good King Wenceslas”). Ela fez ao todo 71 filmes e alem das obras de Hitchcock não se esquece suas aparições em “Alma sem Pudor”(Born to be bad/1950) de Nicolas Ray, “Carta de uma Desconhecida(Letter from na Unknown Woman/1948)de Max Phuls e “Jane Eyre”(1943) de Robert Stevenson onde contracenou com Orson Welles. Peter O’Toole só ganhou um Oscar honorário (por sua carreira). Perdeu em “Lawrence” para Gregory Peck por “O Sol é Para Todos”/To Kill a Mockinbird) e prosseguiu perdendo em mais 7 vezes. Joan foi candidata por “Rebecca” e por “De Amor Também se Morre”(The Constant Nymph/1943) de Edmund Goulding.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Blue Jasmine

Jasmine é possivelmente a mais triste das heroínas de Woody Allen. E dimensão dessa tristeza não seria percebida pela plateia sem a mascara de Cate Blanchett, especialmente quando lhe dão um close e ela fala de sua vida que foi muito rica em termos financeiros e tombou de forma súbita por sua própria vontade, vingando-se especialmente da infidelidade do marido corrupto. O filme é sobre irmãs de classe diferentes, embora ambas adotadas pelo mesmo casal que no correr do filme só resta a mãe, uma esbanjando fortuna em espaços principescos e não se importando de ter deixado de estudar quando estava próxima de ganhar um diploma, e, certamente, uma carreira. A outra irmã vive em outra cidade, luta por manter e a si e um flho pequeno, deixa o marido por conta da influencia da irmã que abre a ele uma porta viciada (essas que fecham logo quando não se as calça), namora um braçal estúpido mas honesto e fiel. A vida dessas personagens podia ser só uma novela sobre romances e fortunas efêmeras. Mas é um quadro dramático que ultrapassa os meios vividos por outras heroínas do autor. É tão melancólica a Jamine (nome que aceitou influenciada pela mãe, pois o seu não condizia com o seu “status”)que deixa saudades da Cecilia (Mia Farrow) que engolia a sua vida de cão com um marido bruto vendo Fred Astaire e Ginger Rogers dançarem, numa tela, “Cheek to Cheek”. Pode ser que Jasmine seja mais afeita às colegas de “Interiores” ou de outro Allen preocupado com o feminino que Hollywood não encara (seus tipos cabem mais nos filmes de seus ídolos Ingmar Bergman e Fellini). Mas o certo é que ajudado por Cate ele chega a um dos pontos mais altos da sua carreira a versátil que sabe fazer rir e meditar ao nível da lágrima com um cinema que foge das malhas industriais e para surpresa de muitos dessa indústria, chega à margem de lucro. Depois disso Allen precisa voltar ao riso, se preciso com ele mesmo atuando. Não é presságio, é receita.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Desafiando Limites

Gosto muito dos filmes de Terrence Malick o diretor americano que se poupa da rotina industrial e das festas de premiações. Mas depois de ter mergulhado na introspecção com “A Árvore da Vida”, assim mesmo procedente, pois alinhava os sentimentos humanos com a criação de um universo que ele, ser humano, dimensiona (sem questionar de onde veio ou está) o cineasta foi mais fundo com este “Amor Pleno” que se limitou aos circuitos “de arte”. Teria Malick pensado em filmar um sentimento, no caso o amor ? Lembrei da piada do louco que gastava papel e o médico lhe perguntou o que fazia. Ele respondeu que estava escrevendo o assovio. Quando o médico tentou ajudar soletrando a palavra ele respondeu firme: “-Eu quero dizer fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii’. Na literatura pode-se falar de amor pois o leitor completa a afetividade. Mas como dar uma imagem a um estado de espírito ? Botar na tela cenas bem fotografadas de lugares bucólicos ? Retratar o casal se afagando? Montar o idílio com a paisagem? Dar um close de sorriso e em seguida “rimar” com as arvores balouçando-se ao vento? Focar a foto de alguém nas mãos de quem está distante e percebe que este alguém lhe faz falta ? Afinal, como dizer mostrando que o amor é assim e assado? O filme é uma divagação que mesmo assim deixa margem ao enredo de um casal que se achou, viveu e se separou além de abrir espaço para um sacerdote que desencontrou sua fé. Para um espectador comum é um exercício sobre a fidelidade. Não diz que é um quadro de amor pleno. Muitos cineastas de ontem e de hoje usam as câmeras para divagar sobre o que pensam ou sentem. Mas é difícil que eles se comuniquem. E há quem veja nessa incomunicabilidade uma forma de expressão, ou seja, um modo coerente de fazer ver o que os neurônios impulsionaram. Eu respeito muito quem usa o cinema pesquisando o seu potencial. Mas com a idade aprendi que gosto do que me toca. “Amor Pleno”não me tocou.