Se “O Jogo da Imitação” em cinema utiliza cartas marcadas,
ou seja, estereótipos, isto não quer dizer que seja um filme ruim. No bojo de
um caso real constrói um drama em que
começa com um fato importante na espionagem durante a guerra(a 2ª
mundial) e desanda na caça aos gays da Inglaterra até depois de 1980. O
matemático Alan Turing realmente decodificou a senha alemã Enigma mas isso não
valeu o fim do conflito(1939-1945). Se o roteiro do filme afirma que sim, pecou
pelo exagero, embora a Historia mais uma
vez surja como cumplice de argumento fantasioso para o bem das plateias. O
desempenho de Benedict Cumberbach imprime veracidade. E ninguém no cinema se
enfada com o que vê.
Na onda dos candidatos a Oscar
há também “A Teoria do Tudo” onde o cosmologo Stephen Hawking também ganha
contornos melodramáticos. Mas é outro caso de um bom interprete que dá
substancia a um roteiro que caberia no grupo de cinebiografias da Metro ou
Warner dos anos 30/40.O interprete é Eddie Redmayne outro postulante ao prêmio
da Academia de Hollywood.É até fisicamente parecido com o autor de “Uma Breve
Historia do Tempo”.
Os dois
filmes que eu vi graças ao download conseguiram furar a barreira da
mediocridade e alcançar cinemas de Belém. Mas “Birdman”,que também vi, pulou
fora. Eu previa. Não há concessões no quase integral plano-sequência dos bastidores
de um teatro onde um ator conhecido pelo papel de um super-heroi quer mostrar
talento e dirige uma peça teatral. Michael Keaton vai no bloco dos candidatos e
deve ganhar. Ele e os colegas provam que este ano o forte é o grupo masculino.
Desculpem: há Julianne Moore em “Para Sempre Alice”, a professora com
Alzheimer. Comove.