sexta-feira, 20 de novembro de 2009

LONGE DESTE INSENSATO MUNDO

O cinema de fim de ano, na área comercial, expande o terreno dos sonhos. Dos bons sonhos, diga-se. Pesadelos fazem a festa o ano inteiro, de fantasmagorias baratas a abordagens irresponsáveis no mundo marginal, com bandidos guinados a heróis em arremedos de uma triste realidade. Este ano, a festa começou com a nova arca, que não é de Noé mas um abrigo de norte-americanos e chineses (não à toa as maiores potencias do planeta na aferição de hoje) , singrando novos mares até que o chão reapareça para começar tudo de novo (“2012”). E prossegue com “Lua Nova” e ainda com “Avatar”.
A escritora Sephenie Meyer está de bunda pra lua desde que concebeu um vampiro estudante no seu livro “Crepúsculo” (Twilight), logo um filme. Ela descobriu que o tempo em que vampiro tinha a cara feia daquele lendário Max Schreck do “Nosferatu” de Murnau, ou de Bela Lugosi (and Christopher Lee), já era. Hoje o dentuça passa de galã e faz uma mocinha, colega dele na escola, morrer de amor por seu charme, a ponto de lhe entregar o pescoço (uma nova forma de encontro erótico). Robert Pattinson (o vampiro galã) e Kristen Stewart (a dona da jugular) reincidem em “Lua Nova” (New Wave) a mostrar que a senhora Meyer usa a lua de parâmetro para as suas histórias. E tanto prova que além do luar ser afrodisíaco para vampiros é a porta aberta para o lobisomem (Taylor Lautner) que substitui o filhote de Dracula no idílio em que, literalmente, o amor é, realmente, de morte.
As menininhas são as grandes fãs das tramas de Meyer. No seu primeiro fim de semana nos cinemas locais, “Lua Nova” teve seus ingressos esgotados. E notem que foi exibido em 4 salas, duas em cada shopping, com cópias dubladas e legendadas.
Para dezembro a festa é “Avatar” de James Cameron. O diretor não filma longa-metragem dramático desde “Titanic”, ainda o campeão de bilheteria mundial (mais um bilhão de dólares ao redor do mundo). Agora ele pretende dar um banho de efeitos especiais numa aventura fantástica locada em um mundo onde os duendes de contos de fadas assinam o ponto de forma fantasmagórica como manda o figurino moderno. Pode-se dizer que o filme leva os sonhadores além dos seus limites. É como ir, na fase REM (o sono profundo) além dos limites da nossa galáxia, quem sabe na borda de um buraco negro, quem sabe ao ponto em que se discute se o universo tem ou não um fim.
Com sonhos astronômicos, não apenas por licença poética, o cinema deste Natal é um verdadeiro presente de Papai Noel para os exibidores. Mesmo que eles paguem por filme 60% da renda na primeira semana de exibições, é negócio. Casas cheias, jovens rindo pras paredes, velhos lembrando que no tempo deles a fantasia ficava com Maria Montez & Jon Hall e Sabu nas mil e uma noites da Universal Pictures, curiosamente a mesma casa de Dracula e Lobisomen, tudo é motivo para festejo.
É o caso de lembrar Shakespeare em “Hamlet”: “morrer, dormir, talvez sonhar....” E nem a propósito: os críticos vão exibir no Olympia, dia 6 de dezembro, a versão de “Hamlet” por Laurence Olivier, o mesmo filme que em 1948 lotou a casa e ganhou estrelas de críticos de então como o poeta Mário Faustino. Mas esse quadrante da programação cinematográfica da cidade é motivo para outra coluna. Primeiro, brindemos os astros de temática, agora além dos astros da interpretação tão cultuados no tempo em que não se precisava ir tão longe para sonhar adiante de uma tela.(Pedro Veriano)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Feitiço da Lua

Não, não quero tratar do filme de Norman Jewison que promoveu Cher, a atriz. A lua entra no texto por conta de Stephenie Meyer, a escritora que neste Natal vai apagar 36 velas de seu bolo. Li que ela encontrou o seu marido com apenas 4 anos de idade. Mas só o foi rever mocinha, ficando namoro e casamento restritos a 9 meses, ou seja, do “alô” ao altar apenas o tempo de uma gestação. Meyer hoje tem 3 filhos, é formada em inglês e gosta de escrever. Se a colega inglesa J. K. Rowlins imaginou um menino bruxo, ela imaginou um rapaz vampiro. Se outro inglês, J. R. R. Tolkien descreveu um mundo mágico com faunos e fadas, ela foi mais pé no chão jogando os seus heróis numa escola moderna. Esses escritores hoje ganharam mais espaço com o cinema. Tolkien já morreu, mas as duas mulheres estão bem, obrigado. E ricas. Se Harry Potter já encerrou a sua odisséia em romances, é possível que os vampiros e também lobisomens de Meyer já estejam restritos às telas. Seu mais novo livro, “The Host”(aqui “A Hospedeira”) trata de uma invasão de almas, ou seja, um triangulo amoroso composto de energia (ou espírito, como queiram). Meio “sci-fi” meio melô. Vai (também) dar filme.
Mas o feitiço da lua é o seguinte: na saga de “crepúsculo” é o satélite natural quem dá a dica. Em principio está esperando o sol ir embora para embalar os amantes (a mocinha humana e o mocinho filhote de Dracula). Em “Lua Nova” já se sabe que a luz da noite vai gerar o lobisomem que fica no lugar do sanguessuga. E em “Eclipse”, livro que eu não li (como não li os outros), há uma conjugação de criaturas sobrenaturais e astronomia visando a velha tecla de que o amor é passarinho que não se prende em gaiola.
A marchinha de carnaval pós Apollo 11 bradou que “todos eles estão errados,a lua é dos namorados”. Stephenie Meyer endossa. E os namorados podem trocar não apenas beijos, mas dentadas em jugulares. Interessa amar, e a forma de amar ganha corações frescos, muitos iniciantes no tipo de emoção.
O cinema sempre foi um ativador de hormônios. Prossegue, ainda bem. (Pedro Veriano)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

QUANDO O MUNDO NAUFRAGAR

Descobriu-se água na lua. O cineasta Roland Emmerich perdeu a chance de mandar uma arca, semelhante à de Noé, para o nosso satélite natural. Seria mais interessante do que as balsas anfíbias que ele usa no seu “2012”, um fim de mundo bem maquilado pelo pessoal técnico (um mimo de efeitos especiais) e um glossário dos clichês usados em “disaster movie” desde o tempo do cinema mudo.
O gancho para o roteiro do novo filme do diretor de “O Dia Depois de Amanhã”, do extremamente ridículo “Independence Day” e do curioso “O Principio da Arca de Noé”, é o calendário maia, aquele que aponta o fim dos tempos para uma conjunção planetária a acontecer em dezembro de 2012 (“tá perto, apertem os cintos antes que o piloto suma”). No caso, o núcleo do planeta vai literalmente rachar. As placas tectônicas vão dançar sobre o magma, os oceanos vão invadir as áreas secas, as cidades vão virar deserto ou novos rios, e os humanos, como muitos animais, deixarão de existir.
No Gênesis Deus falou a Noé sobre o dilúvio e ditou como devia ser feita uma arca onde embarcariam as diversas espécies biológicas para salvaguardar a vida até que as águas baixassem. Hoje, com a ciência dando o seu teco, culpa-se a partícula atômica menos conhecida: os neutrinos. Sabe-se que neutrinos, oriundos da energia solar, atravessam tudo, até os nossos corpos. Mas eles só foram detectados, até agora, em ciclotrons, no choque de elétrons. Emmerich diz que os neutrinos vão ajudar na rachadura da crosta terrestre. Ajudados pela posição paralela de planetas. Não importa: a ficção pede que se veja, por exemplo, o Capitólio afundando, a Torre Eiffel mergulhada e empatando a navegação, o Cristo Redentor carioca dividido em pedaços, o Vaticano engolido por uma fenda (Buñuel, bem antes, viu isso desrespeitosamente em “A Idade do Ouro”) e até um monge no Tibet pegando uma onda de mais de dez metros de altura sem tábua para surfar...
É claro que o almanaque de desastres possui uma pequena história sentimental para mover a platéia. O casal formado é um escritor sem sucesso (John Cusack) e uma dona de casa divorciada (Amanda Peet). Ela separou-se dele, cria os filhos dele, o novo marido é pintado de boa praça (o filme sabe que muita gente que paga ingresso vêm de casamentos passados), e na hora h o escritor vive perigos que até mesmo os super-heróis questionam. Mas para o bem de todos e a felicidade geral dos financiadores do projeto, só morre quem está sobrando. Podem tentar adivinhar quem é. E se o mundo como conhecemos literalmente afunda, um novo aparece no último plano sem gaivotas para anunciá-lo como aconteceu com Noé e sua turma.
‘ O cinema já mostrou muitos fins de mundo. Chegou a explodir a Terra (“When Worlds Collide”/ 1952). Mas o cancioneiro popular sai em frente: “-... Se o mundo se acabar amanhã/quero sambar primeiro”. Ou ainda: “-O que se leva desta vida é o que se come, o que se bebe, o que brinca... ai ai”. Isto quer dizer que o mundo interior sai na frente da palavra fim. Todos nós teremos o nosso fim de mundo. O astro azul vai ter o dele, ou quando o sol virar uma anã branca, ou quando um meteoro do tamanho daquele que se chocou com Júpiter cair no Equador. Isto sem falar no esfriamento gradual, na cada vez menor intensidade dos raios solares ou na poluição crescente que ofuscará a energia do “astro rei” e esvaziará a atmosfera como aconteceu com Marte. Essas coisas todas não devem pegar a nossa ou mesmo a próxima geração. Mas a imaginação popular é pródiga e ainda há quem leia o Apocalipse de S. João ao pé da letra, entendo as bestas que anunciarão o “fim dos tempos” como criaturas vivas (ou zumbis). Também há quem pense no julgamento final, quando todos os que viveram reaparecerão e serão julgados. Neste caso não é preciso hecatombe. Basta o peso da “ressurreição da carne” para desequilibrar o planeta. Enfim, fim de mundo é prato que se serve frio. Roland Emmerich sabe disso e faz o seu cardápio. Pela primeira semana de exibição mundial sabe-se que está sendo consumido com avidez. Há gosto pra tudo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Aconteceu Amanhã

“It Happened Tomorrow”, que por aqui se chamou “O Tempo é uma Ilusão”, é um caso bonito de dois títulos poéticos. O original, agarrado ao argumento, diz do homem que consegue ler o jornal do dia seguinte,portanto sabe das noticias que ainda não foram escritas. O que se deu por aqui joga com a fascinante Teoria das Cordas, ou do apêndice da Relatividade que trata da dimensão tempo como trata das outras dimensões conhecidas. Mas é maravilhoso ao jogar o calendário para cima e afirmar que não vale a pena se apegar contabilizar anos de vida quando a verdade é vida em anos.
O filme que saiu agora em DVD é o melhor que René Clair, o único cineasta a ganhar uma cadeira na Academia Francesa, fez nos EUA. Clair era um sonhador, também um poeta, e são muitos os seus filmes que fogem de um esquema realista propondo espaços oníricos (isto sem falar na sua adesão ao surrealismo quando iniciante em cinema). “Esta Noite É Minha”(Les Belles de la Nuit)é o meu preferido. Mas ainda tem “Entre a Mulher e o Diabo”(La Bauté du Diable), “`A Nós, a Liberdade”(A Nous La Liberte), “O Milhão”(Le Million), “Casei-me com uma Feiticeira(I Married a Witch), “Por Ternura Também se Mata”(Porte de Lilás) e até mesmo o seu canto de cisne, “Le Fête Galante”(As Festas do Coração).
Em “O Tempo é uma Ilusão” Dick Powell é um repórter que recebe de presente de um velho arquivista, na verdade o fantasma do velho arquivista (que ele não sabe se morreu) um exemplar do jornal do dia seguinte. O velho prova, dessa forma, a sua teoria de que o tempo é uma questão de busca em arquivo (uma página é o presente, virando à esquerda é o passado, e, no que se vai colocar à direita é o futuro). A “mágica” empolga e o jornalista pede mais. A oferta é alertada de que não se deve saber o que vai acontecer, e neste caso proporciona ao personagem a leitura da noticia de sua morte.
Na linha de comédia, começando com desmistificação, ou seja, apresentando o herói no dia de suas Bodas de Ouro, discutindo com a mulher que não quer que ele conte a sua história pois acha que todos vão rir, o filme é extremamente agradável, bem ao gosto de Clair nas seqüências curtas, no corte rápido, na alegria do elenco (Linda Darnell é a mocinha).
Eu exibi este filme através do Cine Clube APCC no auditório do Curso de Higiene da Faculdade de Medicina. Atendi ao colega Renato Menezes, fã de Clair. (Pedro Veriano)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CONDUTAS DISPARATADAS

O paraense Syn de Conde (Synésio Mariano de Aguiar), primeiro brasileiro a filmar em Hollywood, dizia que no tempo dele “uma fita era feita com um mocinho, uma namorada do mocinho, e um vilão”. Tudo o mais era o relacionamento entre esses tipos. Hoje em um filme como “Código de Conduta”(Law Abiding Citizen)a coisa surge embaralhada. O mocinho sofre a perda da família em um assalto e continua sofrendo quando sabe que um promotor público condena um dos criminosos (o menos culpado) e dá uma pena mínima ao outro(o verdadeiro assassino). A injustiça faz mudar a regra do jogo: o mocinho vira um vingador terrível e passa a ser vilão quando extrapola a sua área de ataque para o sistema judiciário, atacando praticamente a cidade inteira (a bonita Filadélfia).
De Conde não entenderia essa nova regra do jogo. Mas se o roteiro de Kurt Wimmer e Frank Darabont (o último responsável por bons trabalhos como diretor, a exemplo de “A Espera de um Milagre” e “O Nevoeiro”) condena a vingança pessoal, sugerindo que a lei é flexível, mas ainda é o que o cidadão possui para se defender, a direção de F. Gary Gray pisa no acelerador e faz do programa pouco mais de hora e meia de suspense, levando o público a dançar entre atributos de personagens, talvez carreando idéias malsãs em quem já tem mágoas com a lei.
Tudo bem que o cinema pode denunciar arbitrariedades. Mas é preciso ser responsável e quando a trama recai no realismo o bom é seguir uma forma realista e não fantasiar como agora, quando o vingador se transforma em personagem de gibi e emprega uma tecnologia da Marvel Comics na sua missão de vingar os entes queridos.
O diretor parece que só se dá conta da irresponsabilidade temática quando, no final, exibe em close o promotor maroto com um ar de quem está sofrendo algum trauma mesmo na hora de aplaudir a filha menor em um concerto. Ali é como se dissesse: as falhas judiciais provocam mais crimes. (Pedro Veriano)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A EDIÇÃO VALEU

Eu confesso que nunca fui admirador do rock. Especialmente do pesado, sem vestígio de melodia. Daí excluir Michael Jackson de minha discoteca. Apesar disso, fui ver “This is It” e reconheço o esforço do coreógrafo-diretor Kenny Ortega. Claro que ele só editou o filme (em película de 35mm) depois da morte do astro. Não acontecesse essa tragédia e os ensaios do show que não se realizou restariam fadados a bônus de DVD.
Ortega fez uma montagem fantástica. Há cortes e inclusões aos borbotões perseguindo cada seqüência. Parece que a técnica se propôs ao ritmo da música ou dança. É o que se chama de “machine gun cut” e eu só vi igual por George Sidney no “Amor à Toda Velocidade” que este diretor fez com Elvys Presley e Ann Margret.
Não tenho duvida de que vi cinema, desde que se conhece cinema como imagem em movimento. E o Ortega foi inovador em não jogar no trabalho o feitio de réquiem. Nem mesmo de tributo a MJ. Podia ter terminado com o artista de braços abertos. Foi além. Congelou a imagem depois que dissolveu qualquer resquício de emoção ligada à morte.
O único óbice, a meu ver, foi aquela menininha de braços abertos na mata quando se colocou o clip sobre ecologia. Desde “Menino de Engenho” de Walter Lima Jr dezenas de crianças rodaram com a câmera de braços erguidos imitando uma comunhão com a natureza. Até o amigo João de Jesus Paes Loureiro fez isso no seu curta “Colégio Sto Antonio”. E a garotinha do filme de MJ é digna de uma framboesa, aquele prêmio para as atrizes ruins. (PV)

domingo, 1 de novembro de 2009

Bastardos Irreverentes

Imaginem as caravelas de Cabral naufragando (todas) antes de Porto Seguro. A piada de que o Brasil sofre por estar descoberto, pegando sol e chuva, desde 1500, ganha suavidade. Diriam que as alterações na História (com H maiúsculo) é coisa de cinema. Pois é coisa de cinema “Gloriosos Bastardos” de Quentin Tarantino. Neste filme de mais de duas horas de projeção em que a 2ª.Guerra Mundial ganha foro de combate entre cow-boys e índios (nada de Little Big Horn mas de faroeste da Republic Pictures) , Adolf Hitler nem chega a se chamuscar com aquela bomba que se viu em “Operação Valquiria”. O “fueher” morre num cinema francês posto que em cinema deve haver participação do que se projeta com o que se olha, ou seja, a ficção é parte intrínseca da realidade (ou como diria Edmond O’Brien em “O Homem que Matou o Facínora”: “quando a lenda é mais forte que a ficção que se imprima a lenda”).
Os bastardos do titulo são mercenários franceses que desejam vingar as vitimas dos invasores de sua terra. Chefiando-os, um norte-americano chamado Aldo e apelidado de Apache, manda que se escalpe os nazistas aprisionados. Bom “índio” na pele de Brad Pitt. Mas a estrela é o vilão, Cel. Hans Landa,(Christophe Waltz)um oficial nazi conhecido como “Caçador de Judeu” . Estereotipado como deve ser num filme de aventuras, faz toda sorte de maldade e ainda quer tirar o corpo fora quando as coisas pendem para o lado contrário ao seu, tentando puxar o saco dos aliados e acabando cedendo a cabeleira para o mocinho.
Tarantino esboça a cada filme a cultura adquirida na locadora de vídeo onde trabalhou, nos “pulp fictions” que leu, no mundo “pop” que hoje vende ingresso até por efeito mimético. Se “Kill Bill” refletia os filmes de caratê, este “Bastardos...” vai à fonte dos “Doze Condenados” e vê a guerra com ironia. E é por aí que o filme cresce e aparece. O humor por trás da violência, a caricatura pondo para escanteio os tipos históricos, a ação bem jogada (até pelos intervalos de muita conversa), tudo contribuiu para que haja cinema na expressão mais simples do termo (“a mentira 24 vezes por segundo”).
OK, um garoto moderninho depois de ver “Bastardos...” escreve na prova de seu colégio que a guerra contra os alemães terminou em 1944 com Adolf Hitler, Josef Goebbles, Martin Borman e outras estrelas do nazismo virando torresmo num incêndio de fitas velhas (aquelas de nitrato) em território francês. Nada de suicídio em Berlim. Tarantino evitou, por exemplo, que Goeblles incitasse a mulher a matar os filhos menores no “bunker”. Aquilo que se viu em “A Queda” é que é ficção. Se a “tia” der nota zero o menino manda que ela se atualize. Afinal, cinema é o melhor dos “tios”. E quando passa na televisão é também baba.
Cultura e curtura é coisa do Cebolinha. (PV)

Meu novo endereço na Internet: [email protected]