sábado, 21 de agosto de 2021

Viagem Fantastica

 

Otto Klement foi premiado por sua historia chamada “Fantastic Voyage”filmada em 1967 por Rixhard Fleischer. Quando esteve em nossos cinemas e vídeo chegou a empolgar os alunos de medicina, Eu já era veterano na profissão e recomendei o filme. Reforço a recomendação. Um grupo de cientistas é miniaturizado e inserido no  corpo de um espião americano com uma bala na cabeça tornando-o incapaz de revelar o que sabe. A missão é destruir o edema provocado pela bala e com isso permitir que o homem volte a falar.

Um “passeio” num submarino especial por vasos da cabeça e da área cardíaca mostra o interior do corpo humano com uma maestria incapaz de se ver em imagens fixas de aulas de anatomia & fisiologia.

O filme permanece maravilhoso. Um  passeio pelo organismo humano endossando o que um passageiro da “viagem fantástica” diz sobre o prodígio da criação.

sábado, 26 de junho de 2021

 CECIM

Vicente Cecim é a grande falta, este ano, da reunião dos críticos de cinema que escolhem os melhores filmes exibidos no período. Era o nosso Godard, aficionado pelo cineasta francês. Um grande amigo que chegou a fazer cinema em 8mm e dirigiu um documentário sobre minha cinemania. Escritor em linha de poesia criou  Andara, recanto onde morava a sua veia poética, lembrando a Pasargada dde Manuel Bandeira. Hoje ele partiu para este endereço magico de seu eu. Por lá deve curtir o cinema de Jean Luc Godard embalado na saudade que passamos a sentir com a sua ausência.

sábado, 22 de maio de 2021

Kong Vs Godzilla

 

Adam Wingard usou um arsenal de efeitos visuais para encenar a luta do monstro japonês Godzilla com o velho macaco americano King Kong. Claro que a maioria aposta no macacão. Surge até mesmo uma garotinha que idolatra o macaco. Lembrei daquela piada do Tarzan jogando pingue-pongue com a Jane e quando cai a bola ele pede para a Chita ir juntar e a macaquinha syrge toda quebrada recebendo do patrão a sentença: “-Eu disse Chita para buscar a bola de pingue – pongue não a de King Kong”.

O filme é o maior sucesso comercial da pandemia. Rendeu milhões mundo afora. Dá para imaginar o Kong contra o Corona (vírus). Uma pandega. O filme foi todo feito entre computadores. No fim.... bem não vou contar para não tirar a graça dos que se aventurama ver (em streamer pois na telona é ousadia).. Este é o cinema de 2021 quando até a transmissão do Oscar deu baixa. Cinema é telecasa. Kong cabe nas telas dispostas acima dos controles de estações e dvd.

 

terça-feira, 4 de maio de 2021

Vertov

 

Dziga Vertov

Dziga Vertov ficou na historia do cinema como “o olho”. Seu filme emblemático. “O Homem e sua Camera”(também conhecido por “Camera Olho”, em 1924) na verdade é uma antologia da montagem (ou edição). Sua filmagem não é, como diz o prologo da copia hoje transmitida pelo canal Telecine Cult(Sky), aleatória (sem roteiro, nada mais que registro de imagens). Basta que se veja crianças apreciando um jogo de achar a prenda com alternância de faces risonhas. E há prodigiosos travellings como uma viagem de moto. O filme vale pela afirmação de que cinema é sequenciamento de imagens, o trabalho de editar o que se filmou ( e há planos intercalados feitos na hora da filmagem). Não é, portanto, “Um homem e sua câmera” ou “câmera olho”, É o trabalho de se moldar o que se viu (filmou) para ganhar um ritmo. Uma aula nesse setor.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Mitos

 

“Wild” Bill Hickock, ganhou o nome de Bufalo Bill na caçada a um búfalo branco. O filme desse fato, acrescendo a amizade dele com Crazy Horse(Cavalo Doido) deu o texto de Richard Sale que J.Lee Thompson filmou sem animo, com o canastrão Charles Bronson no papel de Bill. O filme esteve no canal Cult da Sky mas não vale a carreira do diretor e os mitos norte-americanos citando inclusive o Gal. Custer que seria alvo dos índios.

                Muito de historia e lenda entornado num cinema modesto.

quinta-feira, 4 de março de 2021

Nomadland



 Fern (Frances McDormand), mulher na casa dos sessenta,vê-se desamparada quando o marido morre, a fabrica de gesso que ele possuía vai à falência levando-a a migrar para arranjar o mínimo de manutenção.  Sem nada a perder, ela embarca numa viagem  pelas regiões oeste e centro-norte dos E.U.A. – Califórnia, Arizona, Nebraska, Dekota do Sul. Pelo caminho, cruzar-se com personagens que também são trabalhadoras itinerantes. As novas amizades refletem uma condição de vida extremamente dramática, a refletir o cenário rude de região deserta;

            O filme segue uma linha documental com a ficção mergulhada num quadro real onde muitas personagens são interpretadas por elas mesmas, sem maquilagem de atores. Com isso mostra-se um “diamante bruto” no modo como reflete dramas pessoais em cenário onde a natureza colabora para o clima dramático.

            Desde a fase internacional do neorrealismo não se via esse tipo de cinema. E hoje ele carrega um quadro social que se sabe existir nos EUA na Era Trump.

            Frances McDormand repete o brilhantismo de papéis anteriores e poderia ganhar o Globo de Ouro que lhe indicaram. Mas a verdade é que o filme não é só  dela. Há um conjunto estelar. Elogio à direção de Chloe Zhao.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

A Mancha

 

“A Mancha”(The Blot/EUA,1921) impressiona sobremodo na sua edição que se exime (até por ser raro na época) de movimentos de câmera. Um exemplo: se em um médio plano de duas pessoas são vistas conversando em médio (foco da cintura para cinema) segue-se um close(as mesmas pessoas mais perto).Corta-se quando o “normal” seria uma aproximação da objetiva, feita certamente num carro que chegasse ao plano desejado. No entanto o que se vê ésimplesmente um corte e o plano seguinte ao médio. Por certo havia mais de uma câmera em ação. Isto porque se um ator está com um braço semi elevado quando ele é visto de outro ângulo com o  braço terminando de se elevar. Seria difícil mudar as posições sem corte.  Nesse jogo tétnico de imagens fixas corre em mais de uma hora o drama de uma jovem filha de um professor universitário que ganha pouco e no seu emprego ela também não recebe o bastante para manter uma vida de classe modesta, Quando a personagem é assediada por dois rapazes, um é rico e tenta elevar o ganho da família da eleita e outro apenas contemporiza o padrão.

O filme trata em síntese um drama social, sem se aprofundar muito nisso, O que importa não é bem o esquematismo das personagens mas um enredo que focalize a base de um romance.

                Não há um plano de final feliz. Ao invés do ricaço seguir com a amada focaliza-se ela chorando pelo outro que se vai. Se isso é esquemático a diretora Lois Weber quer é que se entenda o quadro social num tempo e espaço. Há, por exemplo, ma critica quando se vê um mestre ganhar pouco para manter uma família (mulher e filha). Chega-se ao vizinho que ganha mais.

                A mancha do titulo seria o quadro social. Mesmo aquém de um resultado mais denso, Com tipos esquematizados, o filme deixa um recado E numa época em que a critica ao desnível de classe era normalmente vetado ou excessivamente resumodo .

                O filme foi remasterizado e andou pelo Telecine Cult. Se passar novamente veja, Uma edição em dvd é raridade que não se acha em  nosso mercado. Nem em cursos de cinema que devem informar o fato de Lois ser a primeira cineasta (mulher) americana (e em 1921 ela já estava encerrando carreira).