A teoria da Darwin, ou a Evolução das
Espécies, já esteve muitas vezes no cinema. Mas foi em “2001, Uma Odisseia no
Espaço” que Stanley Kubrick, ampliando o texto de Arthur Clarke, vislumbrou o
macaco adquirindo inteligência resumindo o salto de muitos anos no toque a um monólito
extraterreno que em seguida se corporifica no corte de imagem que vai de uma
clava atirada ao ar para uma astronave em caminho da lua.
“Luycy”,o filme de Luc Besson, vai
beber na fonte de Kubrick&Clarke. Só que troca a intervenção extraterrena
por uma síntese hormonal que propicia a dinamização celular, atiçando os neurônios
de forma a se obter máximo das funções
cerebrais (e sabe-se que o homem só aproveita de 10% a 15% disso).
A “cobaia” do experimento é uma
jovem que um traficante encarrega de entregar uma maleta a um chefão coreano.
Ela é detida pela gangue que trabalha com toda sorte de droga e recebe implante
de bolsa com o hormônio em seu estomago. Só que a sua sem sensualidade leva-a a
um assédio de seu guarda no cárcere onde a colocam e uma reação resulta em
pancadas na região operada e a liberação dos elementos contidos na bolsa plástica
que os envolve. Resultado: Lucy, o nome
da moça, vai ficando cada vez mais inteligente. E acaba por se transformar numa
versão feminina do Superman, destruindo seus predadores.
Interessante as ideias de Luc
Beesson. A demonstração do tempo com um carro correndo de forma que não se o
observe é uma das inteligentes amostragens visuais de teorias. O carro existe
no tempo mas não se vê nas outras dimensões . Dessa forma, a inteligência usa
da física , adentrando pela filosofia, e segue a ideia de que a evolução das
espécies não terminou com o homo sapiens. No “2001 será um feto geneticamente
elaborado quem vai aparecer na Terram a advogar a teoria (de Nietsche) do
super-homem .
Lucy pode virar energia e no caso
seguir outra linha da sci-fi.O filme arranha muitas teorias e espasmos
imaginosos. Podia ser um episódio de “Além da Imaginação”, mas deixa claro a
influencia da odisseia espacial kubiqueana em uma sequencia de imagens não
definidas.
Besson fez o melhor em sua carreira.
Também fez o seu melhor momento atriz
Scarlett Johanson. Ora graças que vi um filme bom nos cinemas comerciais de
Belém. Epa, vi dois! O outro é “Magia do Luar”, coisa de Woody Allen .