quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Melhores de 2020

 

Melhores filmes 2020

 

1917

Eu Sou William

O Menino que Cobriu o vento

Farol

Soul

O Caso Richard Jewell

O Dilema das Redes

Crise em 6 Cenas

A Vida dos Outros

Passaro  Pintado

 

Diretor:Sam Mendes (1917)—Joaquin Ohoenix por “A Pé Ele Não Chega La” de Gus Van Sant--Atriz:Cyntia Erivo por “Harriet” de Kasi Lemmons.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

"Soul"

 

Com o titulo em português “Neste Mundo e no Outro” para “A Matter pf Life and Death”belo filme de Michael Powell e Emeric Pressburger a animação “Soul”(Alma) de Peter Docktor(diretor de “Up”) trata de almas livres dos corpos que não querem entrar no cé pois acham que têm muito ainda a fazer na vida. Uma dessas almas é de um instrumentista de jazz que está com data marcada para estrear num banda mas acaba caindo num bueiro e dado como morto. No além ele se torna amigo de outra alma que está presa a compromisso terreno. Os dois(ou as duas) resolvem sair da fila de entrada no além e mergulham na vida física. Mas na descida trocam os corpos. O saxofonista resta num gato e o amigo no corpo do musico. É difícil trocar as almas mas enquanto isso observa-se como essas criaturas aparecem adiante de outros.

Um enredo digno de quem fez a quela historia do velhinho que busca a juventude. Mais um desenho criativo da PIXAR e além das imagens bem dosadas, com  primeiro herói negro, brinca com o que resta depois da morte, começando com as filas de almas que a gente lembra como acontece agora na pandemia quando tantos “desencarnam”.

O valor da vida, a musica como vitamina da alma, tudo e o mais fica neste animação  em que o traço e a cor  associam-se às lendas e deixam o saldo de como e quando se deve valorizar a existência.

Uma animação que se associa ao que muito tem saído da produtora PIXAR (distribuição da Disney)); procurem ver .

sábado, 12 de dezembro de 2020

Kaye e Capra

 

No bojo da pandemia estou revendo filmes. Com muito prazer revi “O Inspetor Geral” de H.Koster com Danny Kaye. É o atestado da capacidade cômica de Kaye. É hilariante vê-lo e, diversas situações que o fazem passar por uma autoridade que chega à uma cidade do tempo de Napoleão confundido com o inspetor que pode flagrar os corruptos do governo. Tenho em minha videoteca quase todas as comédias de Kaye mas infelizmente duas que eu gosto muito não tocaram mais, uma delas “Um Rapaz do Outro Mundo”(Wonder Boy) que ele fez para o produtor Samuel Goldwyn(aqui distribuídos pela RKO). Kaye morreu cedo. Curioso é que a mulher dele, Sylvia Fine, compositora das musicas que ele cantava e dançava, morreu logo depois.

                Revi também os primeiros filmes de Frank Capra.Ele ainda assinava Frank R. Capra.o R de Rosario um sobrenome de batismo. Frank(Francesco)  era italiano e migrou com mãe e irmãos para os EUA seguindo um irmão mais velhos. Sem recursos chegou a ser jornaleiro. Mas conseguiu se formar em química a entrou para o cinema com a proeza de conquistar a simpatia do chefe da Columbia, empresa pequena que fazia muitos seriados e faroeste. Seu “Dirigivel”(Wings/1932) usou orçamento maior e Cohn, o dono da empresa fez a aposta :ou faturava ou era despedido. Faturou e começou tipo de filme que a Columbia não fazia.

                Os dois primeiros longos Capra fez com o comediante Harry Langdon, um dos artistas contratados pelo produtor Mack Senett, formando um grupo de atores que fez a comédia muda ( visual por excelência).Depois conseguiu emprego em estúdio e passou aos longas sonoros quando dirigiu dois filmes sobre a aviação, o citado “Dirigivel” e “Asas do Coração”(Flight).

                Em 1932, já no cinema sonoro, Capra deu a mão (e o coração certamente) a Barbara Stanwick, jovem atriz que não andava bem com o marido. Fez com ela dois dramalhões: “Mulher Miraculosa”( Miracle Woman  ) e “Mulher Proibida”(Forbidden Woman). Outros sucessos comerciais da Columbia. Graças a eles  fez “Aconteceu Naquela Noite”(It Happened One Night) com o disputado galã da época Clark Gable e Claudette Colbert. O filme ganhou Oscars. O primeiro de Capra. Daí partiu para clássicos indeléveis como “Loucura Americana (American Medness), “O Galante mr Deeds(Mr Deeds goes to Town),”Do Mundo Nada se Leva( Aesenic end old lace/Oscar de seu ano )  “A Mulher Faz o Homem”(Mr Smth Goes to Town),até chegar a documentários sobre a Segunda Guerra ao antológico “A Felicidade Não se Compra(It’s a Wonderful Life).

                Capra  chegou a mais de 90 anos e deixou marca no  cinema universal. Seus filmes chegaram ao DVD e acho que so perdi, dos longas, “O Pinto Calçudo”(   que fez com Harry Langdon.

                Cheguei a corresponder-me com ele a proposito de “A Felicidade...” e fui convidado a ver a entrega dos Oscar(não fui). É sempre bom rever seus filmes. Faço agora por conta da prisão domiciliar ofertada pelo vírus que da China se propagou mundo afora produzindo cemitérios.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Mank

 

                “Mank”o filme que está na Netflix, pretende contar como estava Herman Mankiewicz na época em que foi procurado por Orson Welles para fazer o roteiro de “Cidadão Kane”. Quem é fã de cinema sabe do rolo que deu a historia filmada que tinha a ver com Randolph Hearst, o magnata dono de órgãos de imprensa na Los Angeles dos anos 30/40, vendo-se na pele de  Charles Foster Kane (Welles) emocionado (e morrendo) ao pronunciar “Rosebud” -e apesar de não ser explicito o nome tratar da vagina da amante de Hearst, a atriz Marion Davis. Seria um abuso que fez com que Hearst tentasse queimar o negativo do filme correndo estúdios para compra-lo e perdendo terreno para a RKO então a produtora. Claro que  a realidade estava maquilada por Mank e Welles. Por sinal que o primeiro acabou ganhando um Oscar e Welles passar bom tempo dizendo que também escrevera o “script”. Bem, “Kane” foi perseguido mas acabou consagrado como o clássico maior da cinematografia.

                O filme de agora, dirigido e escrito por David Fincher,explicita a mascara de Herman (o Mank de Mankiewicz). Mas deixa pouco da relação com Welles e “Kane”. Prefere mostrar o roteirista entre muita cana e pouco trabalho na indústria do cinema. É longo, cansativo e inócuo. A mim cansou. E nada disse a mais do que já  sabia pela dupla que gerou um verdadeiro clássico.

 

sábado, 5 de dezembro de 2020

Sandra 50

 

                Eu costumava usar dos adjetivos contrários no sentido de dar sorte. A Sandrinha ganhou essa postura. Não seria um anjinho (nem de pau oco como se dizia aos falsos de então). Era do diabo, acrescida “do inferno e da bubônica”(a famosa peste de muito anos desse corona de merda que anda por aqui). No bojo do “elogio” veio coisas como a ligação com a matança dos inocentes por Herodes. Eu cantava; “O rei Herodes(bis) mata criança mata tudo sim senhor,/ o rei Herodes,/ ele sim é o matador”.

                Sandrinha era branca como a neve e nem por isso seguiu 7 anões. Não sei que contou tantos namorados. Mas deve ter chegado perto. Foi a ultima da prole de Luzia, isto quando já se pensava ter encerrada a fabrica (5 anos depois de Claudia, a terceira). Fez a sua magica do além e meteu na mãe o medo de uma menopausa precoce. Mesmo assim a “fabrica’já tinha 30 anos e depois só deu esboços de gente(contou-se dois). Como caçula, ganhou algum mimo. Mas a peraltice empurrava isso. E tinha espasmos mediúnicos como ver gente de uma vida passada. Amigos espiritas aplaudiram e pediram que ela parasse de se corresponder com  a mãe do além.

                Até por ser natural formou-se em psicologia. Teve um casal de filhos e um marido dedicado e vindo da praça carioca. Hoje festeja aniversario (50) na quase centenária casa do Mosqueiro. Já na marca dos oitenta; Mãe e pai abraçam no ritmo da atual pandemia, ou seja, por computador e/ fone. Pensamos abraçar muito a Sandrinha aos 51. Por aí já não será do inferno e da bubônica, Nem de vírus. Continuara sendo a querida caçulinha que viaja na velha Rural ou no primeiro Fusca de cabeça para baixo no banco traseiro.  

                Felicidades Sandrinha dos anos, do céu e da saúde, Sem mesmo de estar dizendo o contrário.

sábado, 17 de outubro de 2020

Fabio Barreto

 

Fabio Barreto morreu em 2019 dez anos depois de ter sofrido um avc (derrame) quando propagava seu filme “Lula, O Filho do Brasil” que fez com Marcelo Santiago. Talvez o melhor filme desse diretor, irmão de Bruno (diretor de ‘Romance da Empregada” entre 28 titulos até no exterior)e filho de Luis Carlos e Lucy, personagens importantes da historia da cinematografa nacional.  Na época do derrame o filme sobre o então presidente ele era não só elogiado como candidato a muitos outros projetos. O cineasta passou mais de ano em coma. Tudo hoje é Historia. Não se imagina como Fabio veria o que aconteceu a Lula no correr dos anos. Faria outro filme ?(sequencia do primeiro?). No panorama atual do país talvez o tema estaria proscrito de muitos autores. Talvez anos depois, quando Lula deixar este mundo, o cinema se volte ao tema. É sempre assim, um bafo de saudade cerca o tempo. O que se sabe é que hoje pouco de vê do que fez Fabio Barreto. O filme sobre Lula existe em copias dvd e bluray. Não faz “sessão da tarde”. Prefere-se mesmo ler (ou ver) o passado como passado. Sem efeito secundário. Bem Brasil.

sábado, 10 de outubro de 2020

Cirio sem cirios

 

                Cirio sem a procissão das aguas imaginada por Carlos Roque, sem a trasladação que eu via do pátio de minha casa, na av S. Jeronimo, sem a grande romaria que ia assistir, levado por minha ama, Artemisia (chamada Cabocla) de uma casa na av Nazaré, sem os brinquedos do arraial que eu frequentava especialmente os “aviões” com nomes de times de futebol(o meu era o Paissandu),sem a procissão do ultimo domingo da festa que passava (como a trasladação) na minha rua.Sem nada disso vejo um ano cabalístico, o pior de meus 84 e um dos mais trágicos ´para a humanidade.

                Este ano um minúsculo intruso muda tudo. E mesmo assim pode gerar infecções por romeiros teimosos.

                O Cirio resistiu as pandemias passadas como a Gripe Espanhola  e Asiatica. Entra na historia do Coronavirus como uma intromissão maldita. E esta maldição atinge mais de 200 anos. Lembro de ter visto mais de 80 Cirios . Com dois anos cheguei a ir no Carro dos Anjos devidamente “fantasiado”. Senti a festa popular por excelência. Nenhum paraense era alheio ao que se fazia no segundo domingo de outubro. Este 2020 dá pena.

                Li numa revista nacional que 2020 não é o pior. Houve um dos anos 500. Citam fenômenos atmosféricos e isto não afetaria agora, numa época em que a ciência se desenvolveu e o mundo só teme uma guerra nuclear vendo nações exibindo armas destruidoras como símbolo de poder. Agora seria aventar um futuro próximo. E o vírus assassino de hoje parece blefar com isso dizendo que nem é preciso bombas nucleares para matar multidões.

                Um Cirio sem círios restou para a soma dos tempos.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Tatá Maria

 

Hoje, 15-9, aniversaria Maria dos Anjos Almeida, Irmã de Odaléia, que pegou lepra  tratando de mru avô, e Odete.bem mais nova que chegou a ser enfermeira do SESC (sem curso especifico) e me acompamhou na transição de criança para adulto. Maria morreu aos  86 com Alzheimer. E continha varias doenças desde erisipela crônica. Quando menino de menos de 10 anos eu ouvia suas historias do folclore luso durante a tomada de um prato de sopa às 3 da tarde. Minhas filhas a camariam de Tatá Maria. Solteirona como a mana mais jovem, expandia bom humor. Se estivesse por aqui teria mais de 100 anos. A memoria vai mais longe.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Noir

 

Fritz Lang, Joseph L. Mankiewicz, Don Siegel, Anthoy Mann, grandes cineastas da Hollywood dos anos 30/40 fizeram filmes que o critico Andre Bazin chamou de “noir”(pela herança expressionista do claro-e-escuro); Nesta pandemia o “noir”vem nos re-divertindo. E torno a aplaudir, por exemplo. “Pecado sem Macula”(Side Street) que Anthony Mann fez em 1950 com Farley Granger, ator  querido pelas mocinhas da época sem saber de sua homossexualidade(seria o pre-Rock Hudson embora bem mais ator). O fim do filme impõe uma reticencia incomum com o mocinho-vilão em transe, sem que se saiba que irá preso ou voltará para sua jovem família (por quem, aliás, roubos para sustenta-la gerando a trama). Narração direta e acelerada do diretor que faria sucessos comerciais como “El Cid” e “A Queda do Império Romano”.

Vale a pena rever os noir...

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O Grande Ditador

 

Faz 80 anos o filme “O Grande Ditador”(The Gteat Distator) de Charles Chaplin. Neste seu segundo e mais longo(2horas e 10 minutos) trabalho do mestre da comédia, ele, como judeu, pressagia o terror que viria com o alemão guinado a premier de seu país e no final da década de 30, iniciando as conquistas que valeriam a 2ªGuerra Mundial.

Quando eu era criança estudei em colégio alemão (o chamado Jardim da Infância)e por aqui tudo o que era considerado bom vinha de Berlim. Os judeus eram estigmatizados. Tanto que se criou o termo “judiar”, sinônimo de maltratar, Por isso “O Grande Ditador”, feito com   licença de Franklin Roosevelt antes dos EUA entrar na guerra, não fez o sucesso de outros filmes de Chaplin. Mas o discurso final, momento em que o comediante dos filmes mudos falou demais, emocionou a todos.

Se a pandemia deixar “O Grande Ditador” volta este ano aos cinemas. Mas não convém esperar. Vejam na TV (tem ótimos dvds e até bluray. Exemplo raro de cinema histórico sobre Historia,

terça-feira, 25 de agosto de 2020

fILME NOIOR

 

Na onda da pandemia busco minha videoteca e revejo varias coleções de dvd. Os chamados “film noir” estiveram,em sua maioria, no meu Cine Bandeirante(cinema de casa em 16mm).Muita coisa me parece visível pela primeira vez, Revi e gostei de Joan Crawford perseguindo pois é jurada de morte por Jack Palance  em “Precipicios D’Alma”(Sudden Fear) de Davis Millwe. Aliás, quando o filme começou, pensei que pela primeira vez Palance fazia o mocinho. No final o acaso salva Joan. Interessante que mesmo no fecho arranjado a coisa empolga. No papel de vilã Gloria Grahame já devia portar o câncer que a matou ainda jovem. Outro noir bom de rever foi “Justiça Injusta”(The Sound of Fury) de Cy Endfield)com Frank Lovejoy e Lloyd Brides de vilão. Final reticente em sua época o filme denuncia imprensa e violência generalizada,,Excelente direção.

FILME NOIR

 

Na onda da pandemia busco minha videoteca e revejo varias coleções de dvd. Os chamados “film noir” estiveram,em sua maioria, no meu Cine Bandeirante(cinema de casa em 16mm).Muita coisa me parece visível pela primeira vez, Revi e gostei de Joan Crawford perseguindo pois é jurada de morte por Jack Palance  em “Precipicios D’Alma”(Sudden Fear) de Davis Millwe. Aliás, quando o filme começou, pensei que pela primeira vez Palance fazia o mocinho. No final o acaso salva Joan. Interessante que mesmo no fecho arranjado a coisa empolga. No papel de vilã Gloria Grahame já devia portar o câncer que a matou ainda jovem. Outro noir bom de rever foi “Justiça Injusta”(The Sound of Fury) de Cy Endfield)com Frank Lovejoy e Lloyd Brides de vilão. Final reticente em sua época o filme denuncia imprensa e violência generalizada,,Excelente direção.


terça-feira, 21 de julho de 2020

Distribuição de filmes-I


Revendo “Cinema Paradiso” encontrei alusão ao filme “Catene”(no Brasil “Mulher Tentada”)Foi um grande sucesso do cinema italiano e também foi muito visto por aqui. Lembrei de uma historia contada por um distribuidor co-fundador do cinema Paramazon situado na Tv Piedade em Belém. Segundo ele, um colega fora tentar emprego na distribuição dos filmes da Metro. O candidato a patrão perguntou-lhe;-Você é do ramo? Trabalhou onde ?
E ele: Art Films.
_Vendeu algum coisa?
-Vendi.
-Está empregado.
A Art distribuía filmes europeus . Poucos faturavam como “Catene”.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Estrangeiris de cinema

Dentre os cineastas estrangeiros que andaram por aqui eu conheci Werner Herzog, Louis Malle, e John Boorman, Este ultimo mostrou-se muito afável pois queria filmar na região. Acabou  revelando uma faceta que fugia dos nativos. Disse em uma entrevista francesa, no  Festival de Cannes que temia os índios bravios que cercavam o set, Esses “índios” foram contratados pelo amigo Pedro Santos, que trabalhava na filial da Embrafime com Luzia (e ainda no Teatro da Paz com Waldemar Henrique) e eram colegas dele. O filme só teve uma gloria: revelou a Dira Paes que na época pretendia fazer vestibular na UFPa. Conversei com ela sobre a decisão de fazer cinema. Hoje o filme situa-se entre os  piores de Boorman um inglês que sabia dirigir . E Herzog queria fazer uma superprodução com guarda-roupa doado pelos paraenses (conseguiu em Manaus). Malle é que se sentia fugido pois filmara a guerrilha que acontecia no Araguaia e isto era tabu no tempos da ditadura brasileira,

Perdi foi contatar William Wyler que acabou sendo entrevistado por quem o desconhecia e chegou a perguntar por”...E O Vento Levou” que foi dirigido por colega.

Um dia eu conto mais, Em livro.



Joseph Losey (1909-1984) deixou a sua terra natal(EUA) quando acusado de comunista foi ameaçado de prisão. Passou a morar na Inglaterra onde fez muitos e bons filmes. “A Sombra da Forca”(Whitout Pity/1957) é dos primeiros e no elenco está o quase estreante  Michael Redgrave (depois “Sir”e pai de três artistas : Vanessa ,Carin e Lynn) . O filme eu desconhecia e vi agora. Muito simples como linguagem mass o bastante para chamar a atenção. Michael, fazendo um alcoolatra que tenta liberar o filho acusado de um assassinato, mostra o talento depois solidificado nos palcos e telas.


quinta-feira, 5 de março de 2020

Maria Sylvia Nunes


Maria Sylvia Nunes encontra hoje o seu Bené(Benedito Nunes) na eternidade. Tinha feito 90 anos. Foi professora de teatro(estética), dirigiu as primeiras peças dramáticas para a TV na pioneira local Marajoara (lembro de “O Morro dos Ventos Uivantes”) e no cinema esteve na f ficha técnica da animação “Manosolfa” além de fazer parte do primeiro cineclube local, “Os Espectadores”(1955) e na criação do Centro de Estudos Cinematográficos da UFPa.
Conheci Maria Sylvia bem jovem, aluna de uma aula de química de meu irmão(José Maria Direito Álvares)no Colégio Moderno. Na época sentava numa fila da frente com o namorado Benedito. Casados, demonstravam sempre amor ás artes e quando viajavam não deixavam de frequentar salas de teatro e cinema .
Os dois Nunes iam ao meu Cine  Bandeirante e era motivo de alegres conversas sobre a chamada Sétima Arte.
Bané chegou a ser meu professor de Historia e Filosofia também no Moderno. Iam muito ao nosso Mosqueiro, com casa no Maraú.
Sinto muito a partida da Maria Sylvia e reconheço que se inscreveu na historia cultural de Belém. Seu nome no teatro da Estação das Docas é muito merecido.



quarta-feira, 4 de março de 2020

Os Boas Vidas


Dificil o bom autor que não seja um memorialista. Federico Fellini foi um. Pelo menos por duas vezes recordou a sua Rimini da juventude focalizando os elementos que lhe marcaram a vida. A primeira vez foi neste “I Vitelloni”(Os Boas Vidas/1953), onde elegeu Moraldo(Franco Iterlenghi)seu alter-ego, chegando a prever uma sequencia das lembranças no “Moraldo en Cittá) que ele não conseguiu recurso para fazer(voltaria ao tema em “Amarcord” mas com notória diferença),
Há um momento do filme que dita bem a vontade de Fellini em lembrar de sua juventude na cidade italiana. É quando, no fim da madrugada, Moraldo vê passar pela rua um menino que trabalha na estação rodoviária. Ele reclama ao menino que é hora de ir para casa dormir, e este responde que na verdade acordou (devia ser quase de manhã). A noite dos “boas vidas”tem horário próprio. Ele acaba se cansando disso e toma o trem para Roma. A sequencia deixa flashes de onde estão no momento, os eternos colegas. E da forma como se o trem passasse por eles.
Muito rico em montagem, “I Vitelloni” (seria “Os Bezerros”) mostra uma juventude que paira sobre ideais nem sempre afinados a um meio de sustento. São como os nossos “filhinhos de papai/ou mamãe” que se lançam em descobertas da vida adulta, entre o sexo e a boemia.
Um belo exemplo de cinema que herda o neorrealismo do passado recente com uma poesia que mostraria o cinema italiano depois de 1950. Para mim o mais querido exemplar do tesouro deixado pelo mestre cineasta. Simples sempre, cativa a cada revisão.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Harriet


“”Harriet” candidatou Cynthia Erivo a melhor atriz no ultimo Oscar.O filme do direto:
 Kasi Lemmons trata da abolicionista que trabalhou duro na época da Guerra Civil Americana, a começar com a sua fuga do cativeiro, perseguida pelos donos da fazenda onde Morava e se separando do marido.
O roteiro de Gregory Allen Howard e Kasi Lemmons(de uma historia do primeiro) trata  linearmente da façanha de Harriet(nome adotado pela escrava fugitiva) e graças ao trabalho de Cynthia empolga o espectador.
Apesar de ter sido esquecido do distribuidor brasileiro(não  chegou por aqui)é desses títulos que se recomenda ao publico em geral. Pode fantasiar um pouco o drama mas não pretende deixar de ser “fita de cinema”. Vale ver.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

1917


“1917”, o filme de Sam Mendes que ele diz se basear em historias contadas por um seu parente, começa com um vasto travelling percorrendo as trincheiras onde estão os soldados ingleses escapando dos alemães durante a I Guerra Mundial. Impressiona não só o movimento de câmera como  a cenografia e a iluminação. Logo se acompanha dois cabos que são encarregados de levar uma mensagem além da linha inimiga. A viagem é a trama, e deve durar um dia mas as imagens mostram noite.E muitas situações que se acompanha com algum suspense embora salte inverossimilhanças como uma carta que o soldado sobrevivente leva ao seu objetivo e que surge incólume depois que ele, soldado, passa o diabo no caminho, inclusive percorrendo um rio encachoeirado.
                O filme é um exercício de estilo. Se visto sem se pensar na verossimilhança é uma joia. Mas não há cheiro de realismo. Nem se quer mostrar a missão executada pelo protagonista como metáfora da coragem ou da pugna pela amizade entre combatentes.
                Há coisas indesculpáveis como a presença da única mulher em cena que surge num improvável acampamento e ainda com uma criança de colo.
                Mas ninguém sai do cinema sem sentir a dinâmica da narrativa. “1917” pode ser até mesmo inverossímil como amostragem de uma época que diz focalizar, mas é cinemática pura, movimento célere com imagens bem construídas, prodígio mesmo de cenografia (e capital empregado na produção).
                O filme concorre a muitos Oscar e já tem um Globo de Ouro. Como em sua definição básica cinema é movimento na recriação de uma realidade sem compromisso de espelho, vale pensar em mais prêmios. Mendes trabalhou bem no set embora tenha divagado na escrita do seu roteiro.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

4 Irmãs


                O romance “Little Women” de Louisa May Alcott ja foi varias vezes filmado. A nova verão, de 2019, engloba uma prévia sobre a edição do livro que narra a vida de 4 irmãs na época da Guerra de Secessão, quando o pai delas está lutando  pelo exercito da União. Es-pecificamente a trama da irmã mais velha, Jo, e da mais nova Beth que morre por causa de uma infecção que se fala como escarlatina.
                No filme de agora dirigido por Greta Gerwig ressalta-se a cenografia e o elenco, todas as atrizes bem colocadas em seus papeis. Mas o roteiro joga no tempo e dilui a emoção que se sentiu na versão de 1949 por Mervyn Le Roy(por sinal que a única interprete ainda viva é Margaret O’Brian que no filme faz a que morre). Eu vi o filme no lançamento brasileiro, e nunca o esqueci (e valeu a revisão em dvd agora). Há quem fale bem do trabalho de George Cukor em 1933 com Katherine Hepburn.  O tema chegou até a virar serie de TV  por Vanessa Caswell em 2018.
                Não conheço o livro, mas as adaptações para cinema refletem um fato:  o potencial romântico que permanece mesmo agora, com o cinema comercial apostando nos heróis de quadrinhos e na violência desenfreada como observei na nova aventura de Rambo (Stallone), a meu ver o filme mais violento que se fez em muitos anos.
                Nada para ganhar premio. Mas o Oscar tem razões que a razão desconhece. Daí as candidaturas do novo filme contra apenas a de fotografia em 1949. Nesta disputa atual quer vencer em 6 categorias. Pretensão que a bilheteria respalda. Por aqui chama-se “Adoráveis Mulheres”. Pode ser mas como cinema não endossa de forma global esta adoração.