O filme “The Purge”(12 Horas Para Sobreviver o Dia da
Eleição) ganhou pelo menos duas versões de cinema e uma série de TV. Tudo da
cabeça do cineasta James DeMonaco, mostrando que a violência pode ganhar uma
noite por ano nos EUA e nesta noite não se considera crime o assassinato. A ideia
filmada pode ser vista na Netflix e trata de uma senadora que se mostra contra a
franquia do ato violento e por isso é perseguida.
Achei curioso ver o filme no Brasil de hoje. Nos não temos
(ainda)o “purge” ou hora de expandir a violência. Mas há um candidato a presidência
que prega a “o ataque como defesa” propondo que as pessoas devem andar armadas
e atirar em quem assalta pois “bandido bom é bandido morto”. Partindo dessa
premissa tudo o mais é modelado pela brutalidade ou desprezo ao comportamento
que se tem como civilizado. Noutros termos, é um zero na democracia.
No filme de DeMonaco vê-se dezenas de corpos dependurados em
cordas no meio da noite de horror. Por aqui, nos idos de 1964-1985 os corpos
não estavam expostos, mas escondidos nos porões dos algozes. Foi um marco na
lembrança de quem viveu o período, mas hoje parece esquecido por eleitores de
um adepto da força bruta.
“The Purge”, que pode ser visto em casa, não é bom como cinema,
mas é um superlativo de ideia malsã que foge do espaço geográfico exposto. Por
isso merece ser olhado.