quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Melhores do Ano (2009)

Do que vi nos cinemas, neste ano que termina, elegi “Gran Torino” de Clint Eastwood em primeiro lugar. Sensibilizou-me a história do “velho ranzinza” que aprende não só a perdoar como a ajudar o próximo. O diretor-ator parece querer com o seu personagem redimir aquele que lhe deu fama nos idos de 60: Harry,O Sujo(Dirty Harry), detetive que fazia vingar a lei com uma pistola Magnum 44 em punho. Era outro Clint, jovem, atleta, saído dos faroestes italianos de Sergio Leone. E o começo da amizade com o diretor que foi o seu mestre nessa tarefa: Don Siegel. Hoje o que se vê é um homem maduro ciente da experiência ganha com o tempo, ensinando que o melhor é combater a violência e não usar da violência como uma forma de postura.
Em segundo lugar cito “Up”, a animação dos estúdios PIXAR. É o terceiro ano em que a turma dessa fábrica de desenhos animados em 3D invadem o meu campo de preferência. Os filmes dos anos anteriores foram “Wall E”(2008) e “Ratatouille”(2007). Neste exemplar que no ano em curso quase invade o primeiro posto, trata de um velho fabricante de balões que resolve voar literalmente para um recanto paradisíaco sonhado em comum com a esposa, recém-morta. O filme mostra todo o envolvimento do casal, desde que se conhecem até à morte da mulher. E sem falas, Um prodígio de linguagem cinematográfica, inovando o gênero até então restrito às crianças (a animação). Uma beleza de filme.
Em terceiro posto coloquei “Sinédoque em Nova York”, a idéia do cineasta Charlie Kaufmann, um dos mais inovadores que trabalham em Hollywood, que mistura teatro e vida, dizendo em uma edição prodigiosa que um diretor teatral tenta botar no palco as suas experiências pessoais e com isso imagina o seu mundo como parte desse palco (ou vice-versa). È “filme cabeça”, mas, no caso, vale a pena esquentar os miolos para compreende-lo.
“Amantes” segue um rapaz desiludido, único filho de pais que o protegem (ele é empregado do pai), que se aproxima de uma moça a quem o pai faz gosto de se tornar sua esposa, mas, por causa disso, capaz de rebelar-se e tenta achar que a sua eleita é outra mulher, uma vizinha sustentada por um homem casado. O diretor James Gray discute o aspecto "moral burguês"da história e discute com precisão as alternativas para o tipo sair de uma fossa. Ganha campo com bons desempenhos de todo o elenco, em especial de Joaquin Phoenix e Gwynett Paltrow .
“Rio Congelado”, meu 5° lugar, focaliza uma mulher casada, na fronteira dos EUA com o Canadá, a quem o marido deixa só com os dois filhos enquanto busca melhor trabalho. Passando necessidade, ela cede ao convite de uma índia em transportar imigrantes ilegais para o território norte-americano. O drama pessoal conjuga com a geografia ambiente. Tudo bem apresentado com a necesária "cor local", apoiando-se a narrativa em uma senhor atriz: Melissa Leo.
“Quem Quer Ser um Milionário?” foi o Oscar do ano e procede na acepção da luta do garoto indiano pobre que se torna autodidata e compete num programa de TV a ponto de se tornar atração nacional. O filme feito pelo inglês Danny Boyle segue a métrica do que se faz na industria cinematográfica da Índia, a chamada Bollywood(B de Bombain). É tão convincente a “cor local” que a gente custa a acreditar que se trata de uma obra “estrangeira”. Tudo funciona e com o otimismo raro no cinema moderno.E isso está longe de ser defeito como vê certa ala da critica.
“Alexandra”, filme do russo A. Solorov comove com a avó que vai ao campo de batalha ver como está passando o seu neto.
“O Visitante” acompanha um professor universitário que tolera imigrantes ilegais em seu apto em NY e acaba amigo deles através da música. Um exemplo de como a tolerância é importante na construção do bem comum.
“Carregador de Almas” é outro filme de diretor inglês bem aclimatado numa outra cultura (mais ainda do que fez Danny Boyle no seu “...Milionário”). Aqui é um desempregado que cede a um “bico” estranho: levar o corpo de um operário de construção civil, morto em serviço, para a sua casa perdida nas montanhas geladas. A lição da viagem aproxima as pessoas, reflete sobre vida e morte.
E ficou para o fim “Bastardos Inglórios”. Não pela explicitude da violência, mas pelo modo como se faz um glossário de cinema, citando filmes e fatos de forma cômica. Uma revisão gaiata da 2ª.Guerra pelo irreverente cineasta Quentin Tarantino. ([email protected])

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