terça-feira, 25 de maio de 2010

Deuses e Monstros

O titulo da matéria é de um belo filme sobre James Whale, aquele cineasta que fez a melhor versão, até hoje, do “Frankenstein”de Mary Shelley. Mas Whale não é o meu foque agora. Trato dos mitos gregos, da raça do Olimpo, comandada por Zeus.
Em criança eu li “Os 12 Trabalhos de Hercules” do Monteiro Lobato e o que sobre a mitologia greco-romana se escreveu na coleção “Tesouros da Juventude”. Depois fui adiante até porque minha paixão por astronomia levou a querer saber de quem emprestou nome aos astros. De Io, por exemplo, eu só conhecia o satélite de Júpiter. Vim, a saber, de seu papel até na mãozinha que deu a Perseu. E esta mãozinha está no filme “Fúria de Titãs”, da Warner, que François Leterrier assinou (o filme e o cheque recebido da produtora).
Quem fica sabendo no tempo de colégio dos deuses e heróis imaginados pelos gregos e depois servidos com nomes trocados aos dominadores romanos, vai achar mil e um defeitos nos filmes que lhes pedem ajuda. Neste blockbuster, que eu chamo normalmente de bloquebosta, falta tanta coisa que nem Atlas carregaria nas costas. Mas o pouco que existe, em ritmo de videogame sem interatividade (o que é muito chato), dá para incentivar os moleques a lerem sobre o assunto.]
Perseu ficou no nosso imaginário como o homem que matou a Medusa. Ela, uma das três górgonas, tinha cabelos de cobra e petrificava quem a olhasse de frente. Imaginem se a moça fosse a um salão de beleza! Pois o herói, filho de Zeus com uma mortal, aventurou-se a fazer-lhe um penteado . Pegou de um escudo que espelhava, presente de Atena que o filme esconde, e consegue com isso passar a espada no gogó da monstra levando a cabeça para lhe ajudar na libertação de Argos e de sua amada Andrômeda.
Os efeitos especiais fazem a festa. Hoje cinema comercial é feito por computador. E como o trabalho é de máquina, o resultado é, via de regra, impessoal, mecânico, sem alma. Agora, com a praga da 3D, mais um recurso para enfrentar o cinema em casa, mais e mais se moldam criaturas monstruosas para assustar quem assim deseja.
A mitologia grega é tão rica que abriu um ninho para o pouso de diversas ciências, desde a de amigo, ou filosofia, à medicina de Freud e mesmo de anatomistas. Isto sem falar na Física e na Astronomia. O mundo vive aprendendo com os deuses do Olimpo. Nesse monte advindo do imaginário antigo estão as paixões que os seres humanos experimentam desde que acionaram os neurônios além dos bíceps. E é só procurar para achar valores diversos ainda hoje saudados. Por causa, o cinema muito deve ao tema. E não vai pagar só com os megaespetaculos tridimensionais. A coisa é séria e pede recíproca. (PV)

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