quinta-feira, 24 de junho de 2010

Money Money





Cada vez que eu vejo um desses replays camuflados made in USA lembro do Joel Grey cantando no Cabaret de Bob Fosse: “money money money....”
A diferença capital do cinema-industria para o resto de cinema é que a industria quer dinheiro (se não que diabos de industria é essa?). O demais é diletantismo, ou se queira ver por amor à arte. Ou à mania.
“Shrek Para Sempre” é um exemplo cristalino a ser cantado por Grey. Agarrando o sucesso das animações com o ogro simpático e a garota que só se tornou simpática ficando feia, os produtores resolveram esticar o que já estava no limite do esticado e botaram a mocinha prisioneira de um vilão mignon e o herói condenado a lhe dar um beijo de amor como qualquer príncipe desencantado de histórias infantis (aquelas que no primeiro filme ele devorava na privada limpando o rabo com os livros de Grimm & Perrault & Andersen & Cia).
São mais de hora e meia sem assunto. Melhor(ou pior); uma colagem de contos d”antanho com a diferença de que as brancas como a neve surgem verdes como a cara de pau dos roteiristas.
OK a garotada dos EUA engoliu. Ainda mais pelo filme, como o grosso da produção ambiciosa de hoje, foi feito para ser exibido em 3D. Penso que é uma forma de encantar as mocinhas que hoje deliram com namorados vampiros ou lobos. Será a glorificação do feio, uma pena a surgir quando Belmondo é aposentado, Palance é morto e Charles Laughton, mesmo que vivo fosse, abdicaria posto que sempre jogou sexo com o seu gênero.
Salve, portanto, a PIXAR que com o seu Toy Story 3 mostra que se pode comercializar cinema sem perder a qualidade. Basta ter inteligência. Ou não ter pressa.

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