segunda-feira, 25 de junho de 2012

Chaplin Sempre

Chaplin lota o velho Olympia, provoca risos lágrimas e aplausos como fez num passado certamente não alcançado pela maioria que o foi ver na mostra ora realizada no nosso cinema centenário. Há quem diga que cinema é uma arte vulnerável por viver de película que o tempo macula(antes nitrato depois acetato). Bem verdade hoje tem o processo digital, mas até aí há de se fazer manutenção para que as imagens não desapareçam. Contra essa trágica sentença está a memória que se guarda e se passa às novas gerações. E técnicas que estão facilitando o acompanhamento em gravação física dessas lembranças ancestrais. Espero que os netos de meus netos vejam Chaplin. E sou capaz de apostar que eles vão rir. Minha paixão pelo cinema parte desse encontro com projeções que ficaram. Um “Branca de Neve e os 7 Anões” fez-me estrear na cinemania, e as comédias visuais alimentavam minhas manhãs de domingo (sim, os cinemas faziam matinais). Em casa chegava a ter um bibelô de louça com as caras de Laurell(Magro) e Hardy(Gordo). Harold Llloyd era conhecido como “Caixa D’Oculos” , Fatty Arbuckle como “Chico Boia”, Joe E. Brown como “Boca Larga”. Todos gente nossa, como nosso era Carlitos. O vagabundo estava em chaveiros, em brinquedos, em filme de 8mm (nem tinha Super 8) e 16mm. A indústria botava esses ídolos na intimidade de quem os ia ver na tela grande. E creio que eles me ajudaram a gostar tanto do que na adolescência vim saber que se tratava de 7ªarte. Chaplin fazia cinema desde 1914 e em breve a gente comemora seu centenário. Cinema,portanto, não é perecível. É como disse Claude Lellouch “o registro da vida”.

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