segunda-feira, 25 de junho de 2012
Pornochanchadas
A pornochanchada foi a arma dos cineastas brasileiros contra a censura do governo militar. Eles imprimiam tanta sacanagem prevendo os cortes para deixar um filme de mais de 60 minutos de projeção pensando que muita matéria “censurável” deixaria os censores cansados e por isso deixariam passar coisas que os puristas da hipocrisia teriam de engolir.
Hoje há liberdade de expressão. E aí, comeu ? Sim, come-se tudo o que se contava aos amigos do rol de piadas cabeludas. O sexo era o chá das cinco. Mas eu achei superior a menção a sexo que vi/ouvi no filme “O Último Dançarino de Mao” de Bruce Bereston lançado agora em DVD. O chinês que pouco sabia de inglês amassava a garota e ela dizia que era virgem e não queria fazer “a coisa” agora. Como ele insistisse ela falava em sexo. E perguntava a ele se sabia o que era sexo. Ele respondia que sim e numerava: three, four, five, sex....
Nas pornochanchadas modernas aquilo que a turma sussurrava com medo de ser ouvida pelos mais velhos é gritada. E o que servia ao namoro com menina possivelmente virginal passa para a cama como a coisa mais natural do mundo. No passado havia medico que restaurava himem a preço alto. Para enganar marido. Hoje dá para rir. Virgem só DVD. E o cinema se prostituiu. Mas não pela facilidade de exibir o antes proibido. Se prostituiu porque misturou sacanagem com arte. E como dizia o personagem Lorde Cigano no “Bye Bye Brasil”de Cacá Diegues, “sacanagem tem que ser bem administrada”. Tarefa de gente como Max Ophuls e Autant-Lara no cinema clássico que deslocava a câmera para uma lareira como forma de exibir o orgasmo.
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