quinta-feira, 23 de maio de 2019

Fronteira de espécies


“Border” (que por aqui poderia se chamar “Fronteia”) vem de uma historia de John Ajvide Lindqvist que mexe com a teoria de Darwin de forma  como que estancando entre a evolução do animal ao “homo sapiens”, focalizando a jovem Tina (Eva Melander) como uma espécie de fera (uma espécie de reverso da personagem de “A Bela e a Fera”) trabalhando como policial na fronteira de seu país e identificando fraudes pelo cheiro. Ali ela encontra um igual, Vore(Eeron Milonoff)com quem passa a manter um relacionamento intimo sabendo que ele tem vagina e ela um pênis, até aí jogando com o defeito na evolução física (pouco se sabe dos pais desses tipos embora se tenha alguma citação dos de Tina).
Os personagens extremamente feios formam o estranho romance que o diretor Ali Abasi trabalha muito bem, amparado na primorosa maquilagem tratada por 22 técnicos. Eles conseguem que a simpática Eva apareça um monstro, deixando dela apenas o nariz (a lembrar o de Daniel Auteil e Carmen Maura).Interessa primordialmente a sensibilidade do “monstro”, não só a capacidade animal do faro como o relacionamento platônico com um namorado e o físico com o comparsa de sexo que na verdade é “a” comparsa numa sequencia crua .
Trata-se de uma produção sueca muito curiosa e capaz de jogar com a lenda e a realidade sem que seja preciso adentrar muito nos problemas psicológicos advindos da capacidade dos “animais” terem evoluído apenas em parte na escadinha que Darwin estudou.
Um filme sobretudo diferente. Seria uma Bela e a Fera sem príncipe e no lugar dele outra Fera. Enfim um argumento novo no mundo de super-heróis que invadem as telas de hoje;

Nenhum comentário:

Postar um comentário