quarta-feira, 1 de maio de 2019

Os Deuses Malditos


Alemanha, 1933. O barão Joachim Von Essenbeck (Albrecht Schoenhals) comunica que está deixando as suas usinas de aço nas mãos de um desconhecido. Ascende o nazismo e a família de milionários luta internamente pelo poder nem que seja preciso assassinar parentes.
As imagens privilegiam a nora do patriarca ( Ingrid Thulin), tentando assumir a liderança da siderúrgica da família depois da morte do sogro e a meta de usar o filho pedófilo (Helmut Berger) comandando a empresa, e seu amante, Friedrich Bruckmann (Dirk Bogarde), ganhando poder na postura cada vez mais evidente de um membro do III Reich.
Luchino Visconti retrata a supremacia do nazismo como um grande baile onde o macabro patrocina presente e futuro da sociedade alemã dos anos em que se viveu a 2ª.Guerra Mundial. Para isso o cineasta preferiu a qualidade plástica de seu projeto, levando em conta a fotografia de Armando Nanuzzi e Pasqualino Di Santis e a cenografia onde trabalharam Pasquale Romano e Piero Tosi. O filme é considerado, portanto um painel da Alemanha nazista por trás de campo de batalha. E é justamente este aspecto plástico que imortalizou o trabalho do grande cineasta italiano, ele próprio um intelectual de esquerda(dizia-se comunista embora um conde na descendência ).

            “Os Deuses Malditos” é um dos mais polêmicos filmes do diretor de tantas obras-primas (como “Rocco e seus irmãos”). Aqui ele deixa totalmente a métrica neorrealista que patrocinou os trabalhos de autores de sua geração e se aventura numa superprodução que só lhe sensibilizaria anos depois em “O Leopardo”.
            Boa revisão agora em sessão especial promovida pela ACCPA.

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