Os leitores & espectadores de pelo menos duas gerações
cresceram admirando incondicionalmente os super-heróis. Eles se espantam com a
biografia de um dos vilões que um desses
heróis combatem: o Coringa. No filme de Todd Phillips (direção e roteiro) que
aí está, o “bandido” é o adotado Arthur
Fleck (Joaquin Phoenix), vivendo com a mãe até que possível, tornando-se
matador de pessoas que o perseguem e maltratam, representando uma classe dominada
que em um momento muito interessante do filme mostra-se na rua, queimando
carros, gritando por justiça e enfim elegendo o palhaço que se apelidou de
Coringa como o seu herói.
O filme muda a imagem
gasta pelo uso de mocinhos, apontando de forma critica e sem detalhes o que se veste de morcego (Bruce Wayne,
adolescente que escapa da morte dos pais por ação do Coringa que no caso
combate um milionário opressor dos menos favorecidos, uma espécie de justiceiro
politico). A ironia passa por ai, um polo se veste de palhaço outro de animal. Mas
o filme não apresenta Batman(Homem Morcego), afinal o herdeiro dos Wayne e por
fim um homem rico que constrói uma fortaleza para defender a cidade de Gothan
contra elementos rebeldes não só como o Coringa
mas o Pinguim e outros fantasiados( na visão do desenhista Bob Kane (1915-1998).
É interessante notar
como o roteiro do diretor Phillips ousa levar sua historia para luta de
classes. Em diversos tempos os mais favorecidos atuam contra os menos até como
forma de continuarem a ser mais. E a ironia cabe no que não se mostra: o
Coringa fugindo do hospício (imagem desfocada por superiluminação) e restando
na memoria do espectador o garoto (que nem se diz se chamar Bruce) de pé
adiante dos corpos do pai e da mãe caídos na rua. Eles se encontrariam, mas não
é só um ato de vingança. O vilão ri copiosamente até como forma de sua
enfermidade psicológica e o mocinho fica apenas como a promessa de que o
perseguirá como amplitude dos policiais que atacam os que protestam nas ruas.
Mais curiosidade é que Batman será chamado por uma projeção da imagem de um
morcego nas nuvens. Isto não se vê no filme atual, mas é difícil achar um
espectador que não tenha visto ou lido uma aventura do morcego que usa carro de
modelo próprio, tem mordomo cavalheiro e ainda ganha um comparsa mirim que os
gibis chamaram de “menino prodígio”(Robin).
O filme inova no seu
mergulho social e traz Joaquin Phoenix num desempenho antológico, digno de
premio que o respeite (o Oscar nem sempre faz isso como provaram Glenn Close e
a nossa Fernanda Montenegro).
Quem for ver (e muita
gente está indo) deve sentir a emoção de uma abordagem corajosa de trama gasta
pelo uso. Hoje até por aqui se sabe que nem sempre os deserdados ganham
coringas ( e sim pauladas). Por sinal que os combatentes da desigualdade social
são tidos como loucos. Coringa é louco. O trabalho de Phillips é “uma loucura”
no melhor sentido. Um dos melhores filmes que eu vi este ano.
Filme excelente Dr. Pedro através da historia do Coringa refletimos varias questões tias como: a decadencia da sociedade, a maneira como o estado trata as chamadas doenças sociais, o abandono das pessoas doentes mentais, o sensacionalismo de alguns meios de comunicação quando tratam das mazelas sociais.
ResponderExcluirNa minha opinião é o melhor filme do ano. A atuação de Joaquin Phoenix nesse filme faz dele um dos gigantes do cinema.
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