terça-feira, 30 de novembro de 2010

Baixas

Foram-se Leslie Nielsen, Irvin Kershner e Mario Monicelli. O primeiro notabilizou-se como o palhaço de cabelos brancos. Fez rir quem se dispunha a isso na série “Corra que a Policia Vem Aí” e outras chanchadas como “2001, Um Maluco no Espaço”, desastrosa paródia do clássico de Kubrick & Clarke. Mas no seu começo de carreira Nielsen foi ator “sério”. Esteve bem no tribunal que cercou o suspense “Decisão Amarga”(Ramson) onde Glenn Ford pensava duas vezes antes de pagar o resgate por seu filho seqüestrado.E foi ao espaço namorando Anne Francis e enfrentando o monstro concebido pela mente de Walter Pidgeon em “O Planeta Proibido”(Forbidden Planet).
Irvin Kersher mostrou a que veio em pelo menos dois filmes: “Sublime Loucura”(A Fine Madness) e “O Amor é Tudo”(Loving). Mas ganhou fama dirigindo espetáculos como “Robocop” e “Star Wars,O Império Contra-Ataca”. Era um diretor acadêmico no melhor sentido. Sabia contar uma história com imagens e som.
Mas Monicelli abriu um vácuo maior. Com ele se fechou o livro dos grandes cineastas italianos. Resistia depois dos 90, entrando no time dos vovôs diretores, aquele em que o português Manoel de Oliveira atua como zagueiro. Iniciando em comédias com e sem Totó, muitas ao lado do amigo Steno, passou sozinho a botar sal na formula gaiata. Seus “Os Companheiro”(I Compagni), “Meus Caros Amigos”(Amicei Mei), “O Incrível Exército Brancaleone”(L’Armata Brancaleone) e “Parente é Serpente”(Parenti Serpeti) marcaram época. Ria-se e pensava-se. Foram obra densas e divertidas. Nesse patamar de jamais esquecer as agruras da vida em meio à comédia que repetiu Pedro Armendariz e se matou no hospital onde recebeu um mau diagnostico. Armendariz, ator do grupo de John Ford e a expressiva figura de “A Perola”(La Perola) de Emilio Fernandez, ao saber que estava com um câncer incurável, ainda no hospital, puxou da gaveta um revolver e atirou na cabeça; Monicelli preferiu se jogar pela janela. Pulou para a eternidade onde moram seus filmes, aqueles que ajudaram a fazer da Itália um grande centro de cinema.
Felizmente esses artistas deixaram peças para lhes garantir a imortalidade. Hoje basta rever seus trabalhos. E rir, e chorar, enfim sentir.

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