terça-feira, 16 de novembro de 2010

A VEZ DOS VELHINHOS

“RED, Aposentados e Perigosos”(RED/EUA,2010) podia ser melhor. Reunir velhos personagens de filmes de ação numa história derivada de gibi seria divertido especialmente para quem acompanhou essa gente quando na ativa. Mas para isso o projeto precisaria de uma seleção correta. O filme de Robert Schwentke peca pela escolha capenga. OK Bruce Willis, que veio da série “Duro de Matar”(ou “duro de aturar”) . Mas tanto Morgan Freeman como John Malkovich, como Helen Mirren não se encaixam nisso. Freeman fez muito policial, mas sem usar os músculos (mesmo como adjunto de lutador em “Menina de Ouro”). Malkovich é um dos melhores atores do momento, injustiçado no Oscar desde “Um Lugar no Coração”(Place in the Heart/1984) passando por “Ligações Perigosas”(Dangerous Liasons/1988), quando figurou como coadjuvante.Freeman fez uma Rainha Elizabeth II de cara e porte em “A Rainha”(The Queen/2006) segurando a sua estatueta.E até os coadjuvantes com mais de 60, de Richard Dreyfuss, oscarizado em “A Garota do Adeus(The Goodbye Girl/1977) a Ernst Borgnine, hoje com 93, vencedor na Academia de Hollywood por “Marty”(1955) estão de fora da patota brigona.
Mas o filme escrito por John Hoeber e Erich Hoeber vindo de quadrinhos da DC Comics deriva bem para a comédia. Usa aquela arma que os Irmão Marx celebrizaram: o non sense. Por aí se vê uma bala entrar num projétil atirado de bazuca. E a velharada desviando-se de balas como se fosse alérgica a chumbo.
O filme foi feito para quem quer deixar de fora da sala de projeção os seus problemas existenciais. É o que diz vender: divertissement. E goza a finada guerra fria quando bota os russos ao lado dos americanos cool (legais) e como vilões pinta gente do governo dos EUA. Tudo bem que não é novidade. Mas dá para imaginar Helen Mirren dançando uma balalaica com Brian Cox. Só se lamenta “matarem”Morgan Freeman. E ninguém na tela chora por isso.
“Jackass 3D”(EUA,2010) é um glossário de pegadinhas cruentas. A turma guiada por Johnny Knowville apanha mais do que sovaco de aleijado. O grupo de amigos vive aprontando situações perigosas entre si.E usa o corpo de escudo. Maçã no rabo de um deles para um porco comer é uma das piadas. Soprar uma “língua de sogra” com um pum é outra. Há entre as mais escatológicas uma literal chuva de fezes acompanha de vômitos dos participantes. Aliás, o nojo é arma desse pessoal que inspirou ou foi inspirado pelos nossos meninos da TV-Pirata e TV-Pânico.
Quem for ver as peripécias dos meninos brincalhões precisa saber de que se trata. Eu nunca havia visto esse pessoal na TV (por onde andou anos a fio). Nem em tela grande por onde andaram já duas vezes (esta é a terceira). A nova gozação , em 3D, dá o “prazer” de ver cocô voar na direção da platéia. Um critico ortodoxo pode resumir que o filme todo é uma merda. Não é bem isso. É uma farra. O que eu não sei é se a turma que se exibe se diverte mais do que a gente que vê.

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