terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Dermatologica

O personagem de Antonio Banderas em “A Pele que Habito” de Pedro Almodóvar já foi chamado de Frankenstein erótico. Procede. Quando ele tenta transar com uma “criatura” que ele moldou a partir de um macho é como se o dr. Victor Frankenstein de Mary Shelley tentasse de produzir ereção no pobre diabo que ele moldou como um mosaico. Aliás, mosaico é o tipo de narrativa do filme do espanhol mais conhecido na área de cineastas atualmente. Passa-se do presente (que é 2012) a 6 anos antes e volta-se para mais adiante no tempo com simples legendas pontuando a ação. Esse comodismo quebra o orgulho dos novos que brincam com o calendário narrativo. “A Pele....” é linear, é uma pele de bumbum de nenê. O filme conta o que quer do modo mais fácil possível, mas, mesmo assim, deixa furos. Não conto para não desmanchar prazer de quem vai ver.
Bem, com “A Pele...”os filmes importantes do ano realmente acabam. O novo “Missão Impossível”é coerente:impossível mesmo. E a noite de ano novo de Garry Marshall é presente boomerang, ou seja, para ele mesmo que vai ganhar dinheiro dos ingressos vendidos.
A todos os meus leitores um Natal realmente feliz.

2 comentários:

  1. Oi Pedro Veriano, embora você inclua o filme do Almodóvar em uma redoma sem criatividade, não creio que se assim seja. Há mais significados no texto filmico do autor, ele, hoje, um autor do cinema, pois não mescla suas produções à vulgaridade da comercialização e à recorrente narrativa que assola os nossos cinemas. Se nossa cotação é razoável para "Feliz Ano Novo" que nota receberá este grande cineasta?

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  2. Nao costumo das notas no blog, mas no caso da pele do Almodóvar eu daria o que corresponde a "bom". Ver mais é mergulhar no delirio erótico de um Frankenstein moderno, sem a força criadora do que Mary Shelley escreveu e James Whale filmou.

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