quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cinema em casa

Rapidamente o que tenho visto em DVD.
“Minha Vida sem Minhas Mães” chega da Finlândia (e Suécia) contando o drama de um menino que a mãe, finlandesa manda para a Suécia quando a guerra mundial se aproxima de seu reduto. Na Suécia ele em principio sofre a aversão da dona da casa onde vai morar, apaixonada pela morte da filha de 8 anos. Mas o sentimento é revertido quando a mãe biológica manda dizer por carta que não pode ficar com o menino e que a adotiva se ate com ele. O garoto sofre, a nova mãe se compadece. Mas as coisas vão mudar com o fim da guerra. Só que sentimentos independem de fatores extramente frios como o cenário político evocado pela mãe biológica. Tema de um romance que daria um dramalhão de usar toalha (lenço seria pouco), Mas o diretor Kalus Härd dá a volta por cima com atores magníficos, especialmente Toppi Majenemi que faz o garoto Eero. Por sinal que outra criança fez a festa em outro filme sensível: “A Árvore”, australiano de Julie Bertucceli, É a menina Morgana Davies que faz Simione, garota de 9 anos que não se conforma com a falta do pai, morto ao dirigir um carro em que ela viajava e acha que ele encarnou numa árvore defronte de sua casa. A mãe, desesperada com a morte súbita do jovem marido, também embarca nessa ideia. As duas falam com o espírito que está entre os galhos. Mas a mãe não demora a achar um namorado e a menina, sempre fiel, à memória paterna, só aceita um novo cenário quando um furacão abate a arvore. Roteiro também extraído de romance e filme também enxuto a ponto de não provocar conjuntivite. Em suma: material de primeira qualidade.
“Nosso Dia Chegará” marca a estreia na direção de mais um membro da família Gavras (filhos de Costa-Gavras): Romain. Trata de um jovem que se decepciona quando sabe que a namorada da internet é homem e que viaja com uma espécie de tutor estrada afora para se afirmar noutro campo. O que se vê é trágico e o fim é simbólico: as duas personagens embarcam num balão voando para longe do insensato mundo.Ou da vida pois não há chance de aterrissar. Bons desempenhos não invalidam que se pense num argumento confuso. Há de se buscar um espaço edênico, mas há que ter pés no chão. O voo final parece querer dizer que é justamente isso: incapacidade de ter os pés no chão. Bom trabalho de Vicent Cassel.
“Passageiros”(Passengers) imita “Os Outros”. Psicóloga(Anne Hathaway) é encarregada de fazer terapia de grupo com sobreviventes de um desastre de aviação. Acaba namorando um deles. Mas através dele ela sabe que todo mundo morreu. Ela inclusive. Roteiro de Ronnie Christensen ,o primeiro que este cidadão faz para cinema. Direção de Rodrigo Garcia, filho do nobelizado Garcia Marquez.Pensa-se que mortos estão os autores.
“Duas Mulheres”rima com “Separação”na vista de sofridas iranianas. Aqui são colegas que seguem destinos bem diversos. A mais inteligente é perseguida por um bruto e casa, obrigada pelo pai, com outro. Tem filhos e sofre mais do que sovaco de aleijado. Quando reencontra a colega é para contar um destino cheio de violência e castração de seus ideais. Foi sucesso em Teerã. Uma porrada com luva de pelica na cultura machista e extremamente religiosa de lá.

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