domingo, 22 de abril de 2012

Olimpia nota 100

Creio que a minha primeira visita ao Olímpia foi para ver “O Mágico de Oz”. Antes tinha ido ao Iracema ver “Branca de Neve e os 7 Anões”(onde preferi espiar da sala de espera levantando a cortina pois tive medo da fantasmagoria Disney na escuridão) e ao Moderno ver um filme de guerra onde aviões de combate pareciam aves desgarradas (seria o célebre “Anjos do Inferno”de Howard Hughes ?).
Por morar na S.Jeronimo (hoje José Malcher), entre Dr. Moraes e Benjamin, ir ao Olímpia era andar menos. O único cinema que atingia a pé. Via de regra comprava bala (ou bombom) de menta (chamado Pipper) e sentava na 4ª.fila, lado direito de quem entra, perto do corredor lateral. Não perdia as matinais de domingo. E nos chamados dias úteis ia à sessão das 15 horas, exceto aos sábados, quando preferia a Vesperal Passatempo de 17 h. Procurava evitar as vesperais de domingo, e era estranho pois a sessão ganhava apoio dos estudantes e era onde se namorava além do permitido pela censura castradora.
Rir do Gordo e o Magro, de Carlitos (especialmente de “Tempos Modernos”), de Harold Lloyd, de algumas “screw Ball” era comum. Chorar talvez fosse mais difícil. Mas chorei, embora não lembre de lágrimas derramadas quando garoto. Parece que desentupi o canal lacrimal com a maturidade, achando triste o fim de Gelsomina em “La Strada”, de Cabiria na mesma onda, da surda-muda Belinda, sei mais de quantas personagens que sofriam na tela(a maioria mulher).
Certo: “A Felicidade Não se Compra” não estreou na casa centenária do Largo da Polvora. Foi no Moderno (Largo de Nazaré). Mas “2001” foi no Olimpia. A ficção cientifica que elegi desde bem pequeno como gênero favorito, atracou ali muitas vezes: “Destino à Lua”, “A Conquista do Espaço”, “O Monstro Magnético”,”O Homem do Planeta X”, “Planeta Vermelho”, até chegar a “Planeta dos Macacos” e coisas coloridas e esticadas(scope).
Hoje, 24 de abril de 2012, o Olímpia(que eu teimo em escrever com “i”, como escrevia ao longo dos anos), comemora o seu centenário. Escrevem “o primeiro centenário”. Benditos profetas. Oxalá eu ainda veja mais anos acima desses cem. E tenha a graça de encontrar mais filmes inéditos, projetados em película. Sim, pois a projeção digital no caso só em data show.
Parabéns Olimpia. Tomo fôlego e sopro suas cem velas.

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