quarta-feira, 13 de junho de 2012

Luzia 72

Luzia (Maria Luzia Miranda Álvares) completou 72 anos. Quando eu a conheci tinha apenas 16. Não é por ter sido minha namorada e pouco tempo depois minha esposa, mas ressalto a sua pertinência, a sua enorme força de vontade. Em 1977 assumiu uma coluna de critica de cinema no jornal “O Liberal”. Não sabia datilografar e nada havia escrito antes na especialidade literária. Por sinal que nessa época ingressava na UFPa, curso de Ciências Sociais,. Antes guardava o diploma de professora (Curso Pedagógico do Colégio Santa Rosa).Mesmo assim assumiu o posto. Não demorou e passou da minha máquina dinossaurica para uma elétrica (que eu nunca manejei). Adiante no tempo e eu comprara um computador (gabinete IBM) e ela achava um monstro além de sua imaginação. Mas logo mudou de ideia. Passa o tempo e ela me ensina detalhes de informática. Formada em Ciência Política passa a ensinar e logo fazer mestrado e doutorado (no RJ com banca de fora). Completa 40 anos de jornal e no currículo está o fato de fazer parte da diretoria do Sindicato de Jornalistas, de ser representante regional da Embrafilme (na época do governo militar, quando chegou a ser ameaçada por publicar uma entrevista que criticava a censura de então), e de criar um departamento para estudo da mulher e relação de gênero na universidade. Tem muitos livros publicados em sociedade com outras pesquisadoras e produziu alguns vídeos domésticos. Dá para dizer que Luzia seguiu à risca o preceito árabe de realização em vida: plantou árvore(muitas no Mosqueiro), fez filho (quatro filhas) e escreveu livro. Beleza de vida. Frank Capra diria “a wonderful life”. Cada ano que passa de seu calendário merece, portanto, uma festa. No caso, festa do coração como no titulo de dois filmes (um de Julie Duvivier outro de René Clair). Sinto-me feliz de ter achado Luzia. E foi em casa quando estudava com uma colega. Foi ver e achar que ali estava a minha companheira para toda a vida. Deu certo. Caminhamos para a velhice com nossas cargas de lembranças edificantes. E engraçado é que no namoro dizíamos que não pedíamos nada de galardões em nossos caminhos. A despretensão ajudou, e não me envaideço disso. Parabéns Lu, “nega”(como o pai dela a chamava), e quatro vezes mãe (para surgir dez vezes avó).

Um comentário:

  1. Luzia & Pedro = Pedro & Luzia - Capra realizou o filme, mas vocês são os verdadeiros realizadores na vida real da wonderful life. Parabéns Lu, parabéns Pedrinho. Foi, é e será sempre uma alegria que eu recebo como Dádiva, ser amigo de vocês. Vicente Godard

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