quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Contato
Revi, agora em Blu Ray, “Contato”(Contact) que Robert Zemeckis fez do livro de Carl Sagan(1934-1996). De aplaudir. Conheço o livro do astrônomo e apresentador da série “Cosmos”e o que muda mais intensamente é a troca da mãe pelo pai de Eleanor(Jodie Foster). É a mãe que ela vê num espaço intermediário para onde é jogada quando viajando na maquina desenhada pelos habitantes do mundo que orbita a estrela Vega. Mas é o que menos importa. O filme e o livro ultrapassam os limites da sci-fi como o “2001” de Kubrick. Entra a filosofia, e discute-se a presença do ser inteligente no mundo. A começar com a resposta do pai (ou mãe) da principal personagem quando ela pergunta se ele (ela) acredita em vida fora da Terra: “-São tantos mundos no universo que se estamos só é um grande desperdício”.
O tema tem coragem de invadir o terreno da fé. Quando Eleanor pede ao teólogo amigo/amante Jess (Mathew McConaughey) uma prova da existência de Deus ele responde perguntando: “-Você amava o se pai?” Ela responde: ”-Amava”. “Então prove”.
Sou fã do gênero, antes de ser comentarista de filmes fazia parte da Associação de Amadores de Astronomia, tinha um telescópio mirim e devorava livros e filmes que me lançassem no “mundo da lua’”. Por isso sou um pouco exigente com o tema. Tive um amigo, Helio Titã, que também curtia essas coisas e se dizia coomólogo. Por tudo isso “Contato” sempre me impressionou. E a sacada critica quando o mundo sabe que as imagens vindas do espaço são da própria Terra de anos antes, iniciando com Hitler abrindo as Olimpíadas de 1936, é sensacional. As pessoas reagem de acordo com suas culturas & sensibilidades. É o lado cômico da história, o enfoque da estreiteza mental de tantos.
Sagan abria uma brecha no seu ceticismo evocando um cenário que se pode ver como espiritual. Arthur Clarke via dessa forma o encontro com o extraterreno que mobiliava um quarto para o astronauta “se sentir em casa”. Errava no tempo (a decoração era da época de Luis XV). Mas em “Contato”é a mesma forma de não amedrontar o viajante (o “túnel” descrito pela autor pode ser um buraco negro – como pode ser aquela descrição de um quase morto que se vê saindo do plano físico, imagem que alguns interpretam como a memória do feto ao atravessar o canal vaginal da mãe). O que seja é interrogado pela jovem que volta sem ter ido. Ou que foi e não sabe dizer como, onde e o que fez(resta a estática gravada por muitas horas no aparelho que levava para registrar som e imagem).
Muito bem dirigido, o filme de Zemeckis é um de meus preferidos. Revejo sempre que posso. Em alta definição de imagem faz a vez do que vi anos atrás em tela grande. Por aí uma (outra) viagem no tempo.
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