quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Suspense e anemia

“Argo”, o filme de Ben Affleck imprime um suspense de tirar o fôlego. Observei que ninguém deixou a sala de projeção antes do fim. E muitos espectadores não se espreguiçaram nas poltronas: ficaram nas pontas, como quem quer entrar na tela. A primeira sequencia historiando o que aconteceu com a Pérsia (hoje Irã) é didática. Perfeita síntese. Chegando ao domínio dos aiatolás mescla cenas de documentários com o que o diretor criou em locações longe do marco geográfico e no próprio set. Tudo funciona. Só no final escorrega-se por uma sequencia em que o herói chega em casa, beija a mulher que estava na fase do “dar um tempo” e deixa que se veja atrás dele a bandeira americana. Antes disso soube-se que o rapaz não obteve a gloria pelo que fez. Coube aos canadenses. Se recebe algum galardão, este foi escondido. Política internacional. E se tudo o que se mostrou foi verdade quem viu pouco se importou. Afinal, estamos em uma democracia laica, nossas mulheres não cobrem a cabeça, podemos falar de quem quer que seja de boca ou no face-book. Ruim é saber que menininhas fizeram fila à meia noite diante de uma sala de cinema, para ver “Amanhecer Parte 2”. Felizmente o culto ao vampiro na irresponsabilidade da “escritora” Stephanie Meyer, chega ao fim. Não sei como ficam os pais draculinicos de uma garotinha ameaçada pela concorrência. Nem quero saber. Casualmente, no velho Olímpia, passa o Nosferatu de Murnau. Vampiro clássico. Um dos que tomava Puritonico. Não sabem o que é ? Na nossa era do radio tinha um comercial que cantava assim: “O sangue é a vida e o Puritonico é a vida do sangue”. Pois esses galãs vampiricos, devidamente anêmicos (inclusive de ideias) desconhece o remédio. Mas pelo mundo de besteira em torno deles não há remédio que dê jeito.

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