quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Meu Jeito de Ver Cinema

Para mim cinema é sentimento. Gosto do que eu gosto. Quando mais novo embarcava na canoa dos produtos “artísticos” que mexiam com a paciência mas instigavam os neurônios. Hoje,aos 76, posso dizer que troco a troca de informações cerebrais pelo que atinge o conjunto anatomo-fisiologico. Simplificando: aposto no coração. E nesse ponto lembro o amigo Edwaldo Martins que dizia entender o filme “que balançasse o passarinho”. Este ano molhei os olhos vendo “O Artista”, “Intocáveis”, “O Impossível” e mesmo na TV de imagens gravadas de filme de cinema, “O Conto Chinês”e “O Garoto da Bicicleta”. Por ver e ouvir meu tempo de criança vibrei com “Gonzaga, De Pai Pra Filho”. E só não aplaudi mais o “Pi” do tailandês Ang Lee porque a projeção e o frio da sala que exibia o filme jogou um pouco de minha atenção na lixeira próxima. Não afino com coisas cerebrais como o “Fausto” de Sokurov(alias nada que esse cineasta fez me atinge), ou “Cosmópolis” de Cronemberg. Da lenda que Goethe imortalizou prefiro aquela adaptação com Yves Montand e Michelle Morgan (Margeritte de la Nuit) por Claude Autant-Lara. E o mundo dentro de um carro poderia ser diferente do cosmo que o diretor do Canadá imaginou. E o ano foi do cinema mudo, do ator que de dramático vira dançarino e do menino que descobre o fascínio dessa arte no seu autor mais sugestivo: Mèliés. Isso e o tsunami do espanhol Boyona, uma onda por sobre cinema chato, ou seja, o que parece “impossível” mas só aos olhos de quem vê, analisa e anota. Não sente.

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