terça-feira, 26 de março de 2013

Contato

Gostei tanto de “Contato” quando vi no cinema que procurei logo ler o livro de Carl Sagan. Fato raro, mas achei o filme melhor. No livro é a mãe da heroína quem morre e com quem ela se encontra num outro mundo. No filme é o pai. Casa melhor com o tipo que Jodie Foster interpreta. E aquela sacada de chegar do espaço as imagens de Hitler inaugurando as Olimpíadas de Berlim (1936) com a repercussão hilária do mundo moderno é muito bem colocada espelhando comportamentos irracionais e históricos. O filme consegue sobreviver aos diálogos pretensamente filosóficos da jovem que pesquisa sons vindos do espaço com o namorado religioso. Um momento me pareceu legal: quando ela se diz descrente de Deus posto que indefinível e ele pede que ela conte com palavras o que sentia pelo pai. Também indefinível. Mas existe o sentimento. E sentimento nem o cinema consegue expor, embora transmita. O filme de Robert Zemeckis é inteligente sem ser pedante e sem se fechar como ostras de sua arte. Por sinal que Sagan trabalhou no roteiro. Não perdia a série “Cosmos” que ele produziu para a TV. Era um astrônomo que não se eximia do poético que vem do cosmo. “Contato” está na sessão da Saraiva programada pelo pessoal de ciência. Meus parabéns pela escolha do filme que abrirá a temporada deste ano da associação. Ele e “Naufrago! ,também de Zemeckis, são meus vídeos de cabeceira. Vejo-os de vez em quando com o interesse de primeira vez.

2 comentários:

  1. Sou fã de ficção, embora alguns ainda o considerem um gênero "menor" (basta ver que até hoje nenhuma ficção levou o Oscar de melhor filme). Vi, pela primeira e única vez, o filme Contato há cerca de um ano. Lembro de ter gostado bastante.

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  2. Ficção cientifica exige conhecimentos que a maioria dos eleitores do Oscar nao possui. Quem pensava asssim era Jack Arnold, diretor de sci-fi B como "O Incrivel Homem que Encolheu".
    "Contato" contentou Carl Sagan, co-autor dom roteiro.
    E o absurdo: no ano de "2001" DE Kubrick deram o Oscar ao musical "Oliver" que hoje poucos conhecem.

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