sexta-feira, 19 de julho de 2013

Herois de Várias Épocas

Engraçado: a façanha do piloto Henri Guillaumet caído nos Andes e sobrevivido depois de caminhar léguas pelo gelo ganhou um média metragem de Jean Jacques Annaud (“A Guerra do Fogo”, “O Nome da Rosa”) que só se comentou por ter sido exibido no processo IMAX (e 3D). Como por aqui só se alcançou em televisão (canal de assinatura) continuou em branco. E é bom. Vi atento, curtindo o suspense mesmo sabendo que Henri (Craig Sheffer) escapara. Na mesma época vi o teleplay “O Milagre de Corintha”(Das Wonder Von Kärnten/Alemanha, 2012) outro inédito no meio. Dirigido por Andrea Prochaska trata do caso real de uma menina de 9 anos afogada num lago próximo de sua casa e que é recuperada por uma equipe médica chefiada por um abnegado cirurgião que luta contra dificuldades técnicas de ressurreição e burocracia hospitalar. Luta também contra um político que estava esperando a colocação de um marca-passo no mesmo hospital e na mesma hora em que a menina dá entrada. Um dos melhores filmes que vi sobre medicina. E um exemplo a ser visto por toda a classe. Também é filme ignorado. Se não fosse o canal de TV (Max) teria perdido. Nos cinemas comerciais da cidade dois heróis dos quadrinhos que somam mais de cem anos (Super Homem nasceu em 1938, Lone Ranger em 1933). O primeiro está na superprodução “Homem de Aço”(Iron Man) que repete a historia do garoto que veio de outro planeta. O segundo põe luxo na trama do cowboy e seu amigo índio na luta contra bandidos do velho oeste norte-americano. Li que viram uma interpretação messiânica no herói criado pelos judeus Joe Shuster e Jerry Siegel. É forçar a barra, mas a coisa começa a virar comédia quando se vê naves espaciais fazendo barulho no espaço sideral (onde o som não se propaga). Aliás isso é comum em filmes. Só “2001” de Kubrick fugiu a regra. E o novo Superman (já nem se traduz o nome) ganha como inimigos os mesmos conterrâneos de “Superman II” o filme de Richard Lester talvez o melhor de uma série. É de rir Russel Crowe de pai do mocinho. E a Lois Lane, que nos gibis nacionais chamava-se Miriam Lane, é como dizia Nelson Rodrigues “bonitinha mas ordinária”. Quanto ao novo “homem de aço”(como se aço fosse invulnerável) a verdade é que se sente saudades de Christopher Reeve. O ator de 4 filmes do herói morreu em 2004 depois de anos de luta para recuperar seus movimentos perdidos numa queda de cavalo que lhe faturou a coluna vertebral. O jovem Henri Cavill, nascido nas Ilhas Canárias(UK) até que se esforça. E o novo Cavaleiro Solitário, que em Portugal é conhecido como Mascarilha e que a garotada do meu tempo via como Zorro (fazendo diferença com o espadachim), é secundário no filme de Gore Verbinski onde o principal personagem é o índio Tonto(Johnny Depp). Na hora em que escrevo para o blog ainda não havia visto o filme. Penso no seu tamanho (mais de duas horas e meia de projeção). Na sala gelada de um dos Cinépolis é duro. Mas vou ver. Quando criança acompanhei seriados do Zorro. O ator era Clayton Moore(1914-1999). Agora é Armie Hammer de “Rede Social” e “J. Edgar”. Cara nova. Na área especial tem as comedias antigas que saíram do meu arquivo. Interessante observar que a primeira reação ao cinema foi o medo (o trem que o pessoal pensava que ia sair do lençol estendido e cair na sala –ou salão de bar) mas em seguida o riso. Passado o susto do trem veio a gargalhada. E os Lumiére começaram a fazer comédia. Daí para as “fitas” de Alice Guy Blanché e Mack Sennett. Rir do visual ainda aparece. Quem suporta o riso quando uma pessoa vestida de roupa nova é banhada de lama por um carro que passa na rua? Welles mostrou isso em “Cidadão Kane”. Só não ri a vitima como provava Laurell e Hardy. Do grupo de comédias a serem revisadas está “O Calouro”(The Freshman) com Harold Llloyd. Depois dos curtas de Chaplin me parece o melhor. Lloyd era o sujeito “de boa familia”na época de educação europeia rígida. Usava óculos e mesmo assim dava quedas homéricas como seus companheiros do gênero. Bem, o programa é um balsamo na temporada de férias onde eu evito o meu Mosqueiro contaminado pela cidade.

Um comentário:

  1. Errei a constituição do herói segundo os autores. Iron Man é o Homem de Ferro. Aqui é Steel Man. Espera-se O Homem de Chumbo (Lead Man) e, quem sabe, "O Homem de Madeira" que seria irmão do Pinóquio....

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