terça-feira, 26 de agosto de 2014

Filmes Chatos


      Um casal inicia uma viagem pelas montanhas do Cáucaso. No inicio demonstram afeto. Gradativamente vai mudando. O roteiro de Tom Bisseli com base em um seu conto, quer mostrar como o amor se dilui num determinado cenário. Antonioni fez isto. A diretora e coautora do tal roteiro,Julia Loktev, quer que as imagens contem tudo. E a formula seria esticar a amostragem da jornada do casal, com a aridez do cenário servindo de símbolo ao resfriamento do amor. Mesmo assim, mesmo comendo 90 minutos, não convence como Nica(Hani Furstenberg)vai se enjoando de Alex(Gael Garcia Bernal).

            “Planeta Solitário”(The Loneliest Planet) é um dos filmes mais chatos que eu vi até hoje. Confesso que pulei alguns capítulos vendo em DVD.Um espectador escreveu que chegou a “cobrar”o tempo de vida que gastou no cinema. Se fosse num cinema eu teria deixado a sala congeladas dos cinepolis da vida em meio ao afastamento das personagens.  

            Chatice é também “Blue”(1993), o testamento do diretor Derek Jarman(ele morreu em consequência da AIDS um ano depois). Nada mais do que a tela tomada de azul, sem imagens, e as falas dissertando sobre doença e divagações pretensamente filosóficas.

            Não tenho mais paciência para ver certos filmes. Quase deixo no meio “Sex Tape”, piada de quintal do filho do diretor Lawrence Kasan, o Jake. Como dizia o Lord Cigano,tipo que José Wilker encarnou em “Bye Bye Brasil”, “sacanagem tem que ser bem administrada”. O filme não é. Conta como um casal se esforça para resgatar as imagens de uma turnê sexual que gravou e se esquecer de apagar no computador. Antes seguem pretensas cenas de sexo na linha selfcore. Mesmo assim dá para ver a bunda da atriz Cameron Diaz. Mas ela não vira o corpo. E na cama com Jason Segel faz de conta que alcança orgasmo. Faz de conta.

            O cinema comercial varia da pornochanchada aos gibis modernosos com o gancho para CGI. Nada que faça pensar. Pensar em cinema é crime industrial. O problema é a sentença alcançar o DVD & Bluray. Resta achar download do que possa alimentar nosso amor pela chamada “arte das imagens em movimento”.

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