sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Agnus Dei

  Em 1945, logo que terminou a guerra, um convento polonês foi invadido por soldados russos e as freiras foram violentadas com muitas engravidando. Chegando o tempo dos partos, nem todos puderam ser observados no processo natural pelas irmãs mais velhas. Chamou-se ajuda medica e justamente a medica que atendeu as freiras é quem reportou o caso dando margem ao artigo de Madeleine Pauliac que foi adaptado por Pascal Bonitzer e pela cineasta Anne Fontaine para o filme “Agnus Dei”(Les Innocentes/ França,Polonia 2016) chegando aqui para sessões no cine Libero Luxardo.
                O drama das jovens religiosas ganhou um tom muito trágico quando se soube que a superiora do convento levava algumas crianças recém-nascidas para deixa-las na estrada coberta pela neve. Ela afirmava que tinha levado os bebês para um orfanato próximo. A mentira escandalizou a atendente e ganhou a mídia. Mas não se sabe, ou o filme não mostra, se aconteceu alguma penalidade às madres assassinas.
                Com uma linguagem direta, sem flash-backs ou incursões em assuntos correlatos, o que se vê é chocante. Torna-se mais uma denuncia a ocultação de crime em nome da religião, fazendo coro com os recentes “O Clube” e “Spotlight”.

                Premiado em festivais menos conhecidos, “Agnus Dei” figura entre os (poucos) bons programas cinematográficos deste ano. 

Um comentário:

  1. Cordeiro de Deus, essa expressão latina significa exatamente isso. No filme Agnus Dei parte da historia de um grupo de freiras que tem o convento onde vivem invadido por tropas russas em são violentadas, a apartir deste fato o filme questiona questões como tais como: Pecado, Disciplina, Vocação, Fé, Desejo materno, apego as regras, direito das mulheres de exercerem sua sexualidade como quiserem. Ouitra questão do filme e o preconceito religioso, politico. Um bom filme, um dos melhores exibidos aqui em Belém.

    ResponderExcluir