Não conheço
o livro de Paul Hawkins mas penso que o filme de Tate Taylor (de “Historias Cruzadas”),ela
funcionando como co-roteirista, deve seguir de perto o original literario. Não
importa, O que impressiona é a disposição de um quebra-cabeça que segue 3
personagens femininas: Rachel (Emily Blunt), Megan (Haley Bennett) e Ana
(Rebecca Fergunson).
De
inicio segue-se Rachel em suas viagens de trem,ela falando em tom
narrativo,mostrando-se interessada numa casa de onde divisa Megan e, numa das
viagens, ela com um homem se beijando (o que leva Rachel a deduzir que a mulher
está traindo o marido, pois sabe que ela é casada). Uma série de flashes (back
ou não) colocam sequencias das problemáticas de Megan e Ana, uma outra
vizinhas, com a “garota do trem” que se sabe depois ser alcoólatra e deprimida.
O que une
as mulheres da historia? O que Rachel deduz é a verdade dos fatos ou o que ela
idealiza em devaneios que passam por psiquiatra e por sessões de Alcoólatras Anônimos
?
No
correr das narrativas, que se tornam difíceis de assimilar pelo modo como são
observadas, há um assassinato. Morre Megan. E quem a matou ? Há suspeitos
bastante a na reviravolta de exposições, com sequencias que se vão ajustando no
tempo e no espaço, chega-se à uma conclusão que não é espantosa mas deixa
margem a um capitulo de suspense.
Agatha
Christie tem historia de mulher que vê um crime numa passagem pelo cenário do
fato. Há também a senhora do filme de Hitchcock envolta num caso de espionagem.
Mas nada retira um tom original da trama de Paula Hawkins e muito se deve às
interpretações, especialmente da inglesa Emily Blunt que já tem 40 títulos no currículo
e não fez vergonha ao que já se viu por aqui.
A
ginastica de edição na verdade eclipsa o “déja vu” e corporifica um enredo ingênuo,
onde temperamentos doentios chegam devidamente estereotipados. Quer dizer: o
filme vale por ser um exercício de estilo, um emaranhado de situações que
instiga o espectador e o faz esquecer os furos existentes.
Não olhei
para meu relógio durante a projeção. Bom sinal.
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