quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A Garota do Trem

                Não conheço o livro de Paul Hawkins mas penso que o filme de  Tate Taylor (de “Historias Cruzadas”),ela funcionando como co-roteirista, deve seguir de perto o original literario. Não importa, O que impressiona é a disposição de um quebra-cabeça que segue 3 personagens femininas: Rachel (Emily Blunt), Megan (Haley Bennett) e Ana (Rebecca Fergunson).
                De inicio segue-se Rachel em suas viagens de trem,ela falando em tom narrativo,mostrando-se interessada numa casa de onde divisa Megan e, numa das viagens, ela com um homem se beijando (o que leva Rachel a deduzir que a mulher está traindo o marido, pois sabe que ela é casada). Uma série de flashes (back ou não) colocam sequencias das problemáticas de Megan e Ana, uma outra vizinhas, com a “garota do trem” que se sabe depois ser alcoólatra e deprimida.
                O que une as mulheres da historia? O que Rachel deduz é a verdade dos fatos ou o que ela idealiza em devaneios que passam por psiquiatra e por sessões de Alcoólatras Anônimos ?
                No correr das narrativas, que se tornam difíceis de assimilar pelo modo como são observadas, há um assassinato. Morre Megan. E quem a matou ? Há suspeitos bastante a na reviravolta de exposições, com sequencias que se vão ajustando no tempo e no espaço, chega-se à uma conclusão que não é espantosa mas deixa margem a um capitulo de suspense.
                Agatha Christie tem historia de mulher que vê um crime numa passagem pelo cenário do fato. Há também a senhora do filme de Hitchcock envolta num caso de espionagem. Mas nada retira um tom original da trama de Paula Hawkins e muito se deve às interpretações, especialmente da inglesa Emily Blunt que já tem 40 títulos no currículo e não fez vergonha ao que já se viu por aqui.
                A ginastica de edição na verdade eclipsa o “déja vu” e corporifica um enredo ingênuo, onde temperamentos doentios chegam devidamente estereotipados. Quer dizer: o filme vale por ser um exercício de estilo, um emaranhado de situações que instiga o espectador e o faz esquecer os furos existentes.

                Não olhei para meu relógio durante a projeção. Bom sinal.

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