Nada
mais oportuno aqui e agora, nesse quadro politico brasileiro onde o povo é o prisioneiro
de uma crise advinda de um movimento golpista, lembrar o “Mito da Caverna” de Platão. No exíguo
espaço onde pessoas viviam presas, alguém seguiu a luz exterior e viu como era
o mundo. Ficou tão maravilhado que voltou à caverna para contar aos
companheiros presos a beleza descoberta. Mas ninguém o acreditou e, tido como
louco, foi assassinado.
No
filme “O Conformista” de Bernardo Bertolucci, ora reprisado em homenagem aos 50
anos do Cine Clube APCC(que o exibiu no Grêmio Português ocasionando um dos
melhores debates no gênero capitaneado por Benedito Nunes), o fascismo seria
esse mundo ideal onde os italianos viviam chamando Benito Mussolini de “Il Duce”.
O tipo interpretado por Jean Louis Trintignant seria o fugitivo. Não se vê a
luz no fim de um túnel enganoso. E nesse cenário são mortas pessoas como a
personagem vivida muito bem por Dominique Sanda a bela atriz que fez “O Jardim
dos Finzi Contini”para De Sica.
O filme
tem uma direção impecável, com movimentos de câmera corretos e uma iluminação
que define a metáfora platoniana.
“O
Conformista” é desses raros filmes que venceram bem o tempo. Datado de 1970 não
mostra as rugas de 47 anos.
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