segunda-feira, 25 de junho de 2018

Hereditario


                Annie (Toni Collette) perdeu a mãe e não demora a perder a filha de 13 anos, Charlie (Millie Shapiro), em um desastre de carro quando esta regressa com o irmão, Peter (Alex Wolf)de uma festa de colegas dele onde a presença da menina é mais um capricho materno para livra-la de uma ligação com a avó morta (inclusive visão de espirito ). Atormentada, Annie encontra apego nas sessões mediúnicas ensinadas pela vizinha Joan(Ann Dowd), recém perdedora de um filho e um neto. Compreensivamente a filha/mãe passa a exibir um comportamento patológico. Seria uma pessoa doente e como tal passa a fazer as evocações de espíritos em sua casa convidando para frequentar essas evocações o marido,Steve (Gabriel Byrn) e o agora único filho Peter. O comportamento se agrava quando ela vai ao sótão ,espaço pouco procurado, onde encontra um corpo humano e  livros de magia negra. Ali entra em cena o papel de um demônio que estaria atuando sobe a família.
                “Hereditario”(Hereditary) é o primeiro filme de longa metragem dirigido pelo roteirista formado pelo AFI (American Film Institute) Ari Aster.Começa bem e sempre mantém uma linguagem interessante em especial por desempenhos de Toni Collette e do jovem Alex Wolf(este em esplendidos closes demorados que desafiam sua capacidade de interpretar). Salta da mesma forma a iluminação que dosa bem os claros e escuros  e com isso realça o drama que se liga ao sobrenatural sem apelar para recursos comuns em filmes de terror como os acordes súbitos(há dois, mas viáveis) e aparições disformes. Mas o que seria uma obra-prima de suspense a partir de um drama de base psicológico vira, nas ultimas sequencias, um arremedo de “O Exorcista” aludindo explicitamente os demônios que estariam vagando pelo mundo atrás de pessoas vulneráveis.
                O comportamento de Annie, bem moldado por Collette, logo se submete a clichê de filmes rotulados de terror. Há inclusive um fecho em aberto que não se pode narrar para quem ainda não viu o filme. Mas certamente sobra uma caricatura do que até momentos antes era um exercício de suspense com explicação cientifica. Parece que o roteirista-diretor ficou com medo de afastar a bilheteria se acabasse a sua historia com uma entrada de alguém no manicômio ou quem acordasse de um pesadelo. Ficou um ralo por onde escorre a boa intenção que abre o seu “Hereditário”. Por sinal que até a explicação do titulo, levando o comportamento de personagem a um liame genético cai por terra apesar de uma explicação no inicio, dada por Annie, de quem em sua família houve muitos casos de doenças nervosas.
                Uma pena, Senti que perdi meu tempo indo ao cinema. O filme poderia muito bem ser consumido em vídeo ou “download” em geral. Tamanho da tela não influi muito na amostragem do jovem cineasta. Isto não quer dizer que ele não seja capaz. É bom. Sabe conduzir um longa metragem, mas está ainda preocupado demais com o comportamento de seu trabalho no box-office.

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