F.W.Murnau
usou o nome “Nosferatu” em seu filme de 1922 porque a viúva do escritor Bram
Stoker não deixou que chamasse o vampiro da historia de Dracula, como era conhecido
da literatura. Apesar disso, Nosferatu acabou sendo marca do personagem que
Stoker delineou e no cinema deu inicio à uma série de filmes “de terror” que
ainda hoje ganham bilheteria.
Nesse
inicio dos anos 20 o cinema alemão se apegava ao que se chamou de expressionismo
e há quem veja na exposição de imagens disformes e contrastadas (claro e
escuro) como a forma de mostrar a situação do país depois da I Guerra Mundial,
quando uma hiperinflação dominava o mercado e o povo sentia o pavor que seguiu
o conflito. Há mesmo quem veja no expressionismo de filmes como “Nosferatu”, “O
Gabinete do dr Caligari” e tantos outros como uma alusão ao que viria com o advento
do nazismo, uma onda de terror que impulsionaria o país a outra (e mais terrível)
guerra.
No clássico
de Murnau há um quadro típico da escola estética, com o esmero da fotografia de
Fritz Wagner e especialmente a mascara do ator Max Schreck(1879-1936) que não
só faria esse tipo de monstro como adotaria o Kammerspiele, movimento de reação
ao cinema expressionista pouco antes de sofrer um ataque cardíaco que o vitimou
quando ainda trabalhava em cinema. Por sinal que o Kammerspiele adotava uma
fotografia bem iluminada e roteiros que deixassem a plateia mais otimista.
Rever “Nosferatu”,
por sinal com copias reeditadas em HD, é conhecer um capitulo importante da
historia do cinema. Sessão oferecida no Olympia neste junho.
Sou filho do Sr. Marcelino Silva que foi entusiasta e assíduo das programações de cinema nas décadas de 60 e 70 do famoso e aclamado Cine Clube APCC. Após esses anos ele foi acometido da perda de sua visão e não pôde mais participar dos eventos. Fica aqui, o meu Parabéns para Pedro Veriano e sua esposa dona Luzia, pelo grande trabalho que ajudou a impulsionar a sétima arte em nossa cidade.
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