F.W.
Murnau ganhou fama na sua terra natal, a Alemanha, com os filmes expressionistas,
como “Nosferatu”. Contratado pela Fox embarcou para os EUA onde foi dirigir em
1927 “Aurora”(Sunrise) de um roteiro de Carl Mayer, um dos mestres da escola
expressionista, com base na obra de Hermann Sudermann “Dir Reise Mach Tilsit”.
O filme chegou a ganhar prêmios mas não foi bem nas bilheterias americanas da
época. Isso não impediu que logo se transformasse em um clássico. François
Truffaut chegou a chama-lo “um dos mais belos filmes do mundo”. Por aqui o
professor Francisco Paulo Mendes amava o filme a ponto de sempre coloca-lo
entre os melhores de todos os tempos.
O
enredo é muito simples: um marido infiel planeja matar a esposa para ficar com
uma turista na cidade interiorana onde vivia. Para tanto marca uma viagem no
estilo lua de mel à metrópole. O assassinato seria no caminho, atirando a terna
esposa no mar. Mas chega o arrependimento. E o casal se refaz na cidade grande
até que na volta, a embarcação em que viajam, naufraga e ela é dada como desaparecida.
Há “happy end” e isso se faz com o nascer do sol pontuando a sequencia em que é
salva.
Tudo
funciona numa linguagem visual. Há poucos intertítulos. E chega a haver
sequencia cômica diluindo a dramaticidade (a festa numa casa de shows onde se
vê um homem preocupado com a alça da
blusa da mulher).
Tudo
funciona como cinema em estado de graça. A métrica expressionista resta no
inicio do filme. O resto é de imagens claras (exceto no final), mostrando a
versatilidade do diretor.
A atriz
Janet Gaynor chegou a morar no Brasil em uma fazenda que ela comprou. Foi
vencedora do Oscar por dois filmes, este “Aurora”e ainda “O Setimo Ceu”e “Anjo
da Rua”.
O filme
fará a Sessão com Musica do Olympia. Um programa nitidamente histórico.
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