sábado, 9 de junho de 2018

Aurora


                F.W. Murnau ganhou fama na sua terra natal, a Alemanha, com os filmes expressionistas, como “Nosferatu”. Contratado pela Fox embarcou para os EUA onde foi dirigir em 1927 “Aurora”(Sunrise) de um roteiro de Carl Mayer, um dos mestres da escola expressionista, com base na obra de Hermann Sudermann “Dir Reise Mach Tilsit”. O filme chegou a ganhar prêmios mas não foi bem nas bilheterias americanas da época. Isso não impediu que logo se transformasse em um clássico. François Truffaut chegou a chama-lo “um dos mais belos filmes do mundo”. Por aqui o professor Francisco Paulo Mendes amava o filme a ponto de sempre coloca-lo entre os melhores de todos os tempos.
                O enredo é muito simples: um marido infiel planeja matar a esposa para ficar com uma turista na cidade interiorana onde vivia. Para tanto marca uma viagem no estilo lua de mel à metrópole. O assassinato seria no caminho, atirando a terna esposa no mar. Mas chega o arrependimento. E o casal se refaz na cidade grande até que na volta, a embarcação em que viajam, naufraga e ela é dada como desaparecida. Há “happy end” e isso se faz com o nascer do sol pontuando a sequencia em que é salva.
                Tudo funciona numa linguagem visual. Há poucos intertítulos. E chega a haver sequencia cômica diluindo a dramaticidade (a festa numa casa de shows onde se vê um  homem preocupado com a alça da blusa da mulher).
                Tudo funciona como cinema em estado de graça. A métrica expressionista resta no inicio do filme. O resto é de imagens claras (exceto no final), mostrando a versatilidade do diretor.
                A atriz Janet Gaynor chegou a morar no Brasil em uma fazenda que ela comprou. Foi vencedora do Oscar por dois filmes, este “Aurora”e ainda “O Setimo Ceu”e “Anjo da Rua”.
                O filme fará a Sessão com Musica do Olympia. Um programa nitidamente histórico.    


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