Cafarnaum, é uma cidade bíblica que ficava na margem norte do Mar da
Galileia, próxima de Betsaida (terra natal de Simão
Pedro) e de Corozaim. No filme atual o cenário é libanês(pais
produtor) e não se fala no fato de que o espaço geográfico juntamente com Betsaida e Corazim foram amaldiçoados por Jesus, que predisse a completa destruição das três cidades.
Cristo havia pregado e feito milagres ali, mas aconteceram fatos que levaram o
Mestre a se mudar, ganhando caminho de Jerusalém.
O filme dirigido por
Nadine Labaki trata de Zain (Zain Al Rafeea) um garoto nascido em berço
humilde, fadado à marginalidade como outros de seu tempo e espaço. O menino
chega a ser preso por falcatruas e mesmo um quase assassinato (esfaqueou uma
pessoa). Na cadeia prossegue maldizendo a sua própria vida, generalizando como “um
mal” que se deve evitar “não nascendo”.
Tamanho pessimismo ganha imagens bem compostas, com atores
brilhantes, conseguindo manter um ritmo ágil apesar da trama ser
estruturalmente episódica.
Quem for ver vai sair do cinema impressionado com o
desempenho de Al Rafaeea. Dá para pensar num documentário que focaliza o tipo
real do menino-bandido. Em nenhum momento se menciona o espaço geográfico, mas
se delineia a feição politica. Reina a desigualdade terrível de classes, a miséria
sem uma saída iminente. É como se o velho neorrealismo ganhasse novas lentes,sem
duvida mais assustadoras.
Um filme importante. Ainda bem que chega por aqui (Cine
Libero Luxardo).
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