. Abrindo
um programa de filmes do gênero ficção-cientifica estará em cartaz no cine Olímpia
“O Fim do Mundo”(When Worlds Collide) de Rudolph Maté & George Pal. Não se
trata apenas de um bom titulo do gênero. Há uma historia por trás dele
referente à estreia no mesmo cinema em 1953. Resumo: naquele ano a sala de
projeção estava muito deteriorada. O publico pedia reforma. E a empresa
exibidora, a S.Luis de Severiano Ribeiro, não fazia. Restavam poltronas sem
estofo, ventiladores (nada de ar condicionado)
e piso de lajotas. Os estudantes, encabeçando um movimento, pediam o que
o jornalista Edwaldo Martins registrava, anotando “piso acarpetado” que parecia
uma característica de um estilo.
Começou
uma greve. Colegiais iam para diante da bilheteria do cinema barrando quem ia
comprar ingresso. E os poucos que desobedeciam presenciavam na sala de projeção
a continuidade do protesto em cheiro de substancias como gás sulfídrico (que o
porteiro de então tentava minorar atirando nos corredores café moído).
Nesse período
estava marcada a estréia do filme “O Fim do Mundo”. Diziam que era uma metáfora
aludindo ao próprio cinema. Eu que esperava o filme torcia para que chegasse ao
menos para o dia da estreia. E chegou. Foi um hiato no período de protestos.
Não deu margem à reforma esperada mas salientou que vivíamos, nos paraenses,
num fim de mundo. E a empresa exibidora, para calar protestante (entre eles os lendários
Farahzinhos), comprou um terreno na av, Nazaré e colocou uma placa: “Breve,
aqui, o cinema S. Luís, o maior do norte do Brasil”. Os acompanhantes do Círio
passaram por ali em cerca de 3 anos. Nada de cinema nem a placa saia do lugar.
Foi preciso, em 1959, que surgisse o Cine Palácio e aí sim, Ribeiro colocou no já
velho Olímpia os sonhados ar condicionado e poltrona estofada.
“O Fim
do Mundo” marcou um tempo. E ainda hoje é um dos bons filmes de Pal, o húngaro que
chegou aos EUA com os bonecos Puppetoons e se dedicou a produzir
ficção-cientifica, gênero na época que era restrito à serie b com os seriados
de 12 a 15 episódios feitos com parcos recursos.
Vi o trailer do filme na internet, e me deu vontade de rir.
ResponderExcluirO absurdo estampado talvez implique em comédia, mas uma Arca de Noé espacial não deixa de ser curiosa.
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