O documentário “The Great Hack” (Netflix) lembrou-me George
Orwell em “1984”. Não há um Grande Irmão mas vários ditadores que desejam
acabar com regimes democráticos, extinguir a sociedade como hoje a conhecemos e
instalar um poder associado a poderes que possam financiar seus propósitos.
O filme
aborda o efeito colateral das redes sociais, especialmente o facebook. Por ai
se insere a carência cada vez maior da privacidade e como as pessoas vão
ficando vulneráveis a modelos orientados pelo capital. E não é um panfleto comunista
como os donos do projeto advertem. Não se trata como diz uma defensora da
liberdade, de direita ou esquerda. É simplesmente a condução do povo para um
objetivo cruel que se mascara na luta contra a corrupção e saneamento das
finanças publica.
Há imagens
dos EUA na eleição de Trump, da Inglaterra do Brexit e até mesmo do Brasil, com uma breve cena de Temmer
passando a faixa presidencial a Bolsonaro.
Dá o
que pensar. O mundo segue guiado por rumos que cerceiam a liberdade de
expressão. É só ver a ideia de acabar com o cinema nacional, aqui pontilhado
pela Ancine, sobrevivente da Embrafilme (que por sinal sobreviveu ao governo
militar de 64-85). Mas o pior ainda é o que se está fazendo com a saúde publica,
vetando remédios para o povo como o caso da insulina para diabéticos.
Um
filme importante. Nem tanto como cinema, pois a linguagem perde muitas vezes a
sua objetividade. Mas deixa pensar. Ou ter medo. Orwell previu espionagem até
nas alcovas. As redes sociais de hoje chegam lá. E só querer.
Terror
mesmo é por aí, sem vampiros, zumbis ou casas assombradas.
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