sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Hip Up

A turma da PIXAR entrou numa sinuca de bico: depois de “Ratatouille” e “Wall E” ficou na obrigação de só fazer obras-primas. “Up”(2009) não chega a tanto mas não deixa de ser um grande filme.
O senhor Carl Fredricksen é um viúvo que sonha em realizar o desejo da mulher, viajando para um lugar na América do Sul onde existe uma grande cachoeira emoldurando um ambiente paradisíaco. Quando o filme começa há outro assunto em foco: um explorador que é desmascarado quando mostra o esqueleto de um animal antediluviano e todo mundo pensa que aquilo foi montado de forma imaginosa sem corresponder à realidade. Nessa época Carl é um garoto que vê em gente como esse explorador, um super-herói. Logo em seguida surge uma menina que o persegue Menina assumindo o tipo pentelho. Ela provoca desastres para rir do colega. Mas as malvadezas se transformam em provas de amor. Sem uma só palavra exibe-se o namoro, o casamento, a vida a dois, a impossibilidade de a madame Fredricksen engravidar, as economias para a viagem dos sonhos serem sempre quebradas para atender alguma emergência, e a doença e morte da companheira.
Trabalhando a vida toda com balões de gás, o velho Carl, ao ver-se no dilema de ou vender sua residência ou ir para um asilo, infla mais de mil desses balões e com isso ergue a sua velha casa para seguir, de forma inusitada, à floresta sul-americana.
Russel, um pequeno escoteiro que persegue Carl para uma tarefa beneficente, acaba seguindo com o viajante “aéreo”.
Bem, não é bom contar todo o filme. Certo é que desse ponto em diante cabe a concessão de aventura para sustentar a garotada na sala de projeção. Mesmo assim uma derivação edificante. O filme prega o valor da amizade, a necessidade da caridade, o desapego às coisas materiais, a imagem nem sempre condizente de um ídolo, enfim, tudo o que justifica a humanidade (ou justificaria).
Há um momento muito bonito: quando a casa voadora parece fugir do controle de seu dono ele diz ao amiguinho: “- É apenas uma casa”. E a gente sabe o quanto custou tudo aquilo para ele e sua companheira inesquecível.
Em técnica volta o primor do pessoal da PIXAR. Também na escolha da trilha sonora. O que deixa o filme a um degrau menos do irrequieto Wall-E é o confronto com aquele explorador do inicio, retomado na mata onde pretende levar em seu dirigível a criatura pré-histórica viva para esfregar na cara de seus detratores. Uma vaidade acima da pesquisa cientifica.
Mas deixem pra lá. “Up” empina como um dos melhores filmes deste ano. O campeão na sua área. De novo PIXAR. (Pedro Veriano)

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