terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tudo Muito Normal

Lord Cigano (José Wilker) em “Bye Bye Brasil”, diz, de uma feita, que “sacanagem tem que ser bem administrada”. O conselho não é seguido por José Alvarenga Jr(diretor), Alexandre Machado e Fernanda Young(roteirista) deste “Normais 2” ora em cartaz nacional (virada de agosto para setembro).
O plot é o casal Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) percebendo que não fazem sexo regularmente. Ela concebe um gráfico, com colegas, e conclui que depois de 13 anos a atração sexual reduziu-se a décimos. Está,como diz a piada, candidata à teia de aranha vaginal. Com este gancho, a idéia persegue um possível “ménage à trois”. É noite e os pombinhos passeiam de carro pela cariocolândia atrás de quem tope ir para a cama com eles. É claro que surgem tipos diversos e absurdos. Poucos engraçados. A pornochanchada dos anos 1970 é evocada sem Helena Ramos ou David Cardoso. Isto pode ser até vantagem para “Normais 2”, replay da série global e de um filme que atraiu mais de 300 mil espectadores. Porém falta molho no prato. Não é só exibindo bandalheira que se faz boa piada. O principal é a originalidade. E que há de novo em sexo a três que não se realiza porque a terceira figura devia estar muito mais no manicômio?
Ri pouco. Uma vez foi da banheira espumante em que o casal, com uma hostess ficam presos e sufocados pela quantidade de espuma. E de vinhetas como a de Vani empurrar um enfermeiro e este empurrar uma paciente pela janela do hospital. Também há alguma piada na confusão com o idioma francês, onde “ménage” lembra “homenagem” e “savez-vous” lembra “rendez-vous”. Mas é preciso estar de bom humor para mexer os lábios. Por sinal que o bom humor deve nortear até a ida ao cinema.
Claro que o cineminha caboclo tenta achar o seu publico como os americanos fazem com as suas “American Pie”. Se depender do meu voto, “Normais 2” ganha de sola a torta gringa de meninos virgens nauseantes. Mas eu não creio que o filme chegue a derrubar a cifra do primeiro. Hoje o pessoal que vai ao cinema não quer só ouvir piada cabeluda: quer coisa nova, quer imaginação. E qualquer tipo de novidade passa longe dessa “normalidade” televisiva. (Pedro Veriano).,

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