segunda-feira, 19 de outubro de 2009

HASTA LA VISTA,BABY

O hoje governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, lançou a frase em espanhol que ficou na cabeça dos que foram ver “O Exterminador do Futuro” das primeiras partes da franquia: “Hasta la vista, baby”. Pois bem, agora, Eric Bana diz isso para Rachel McAdams. Ele é Henry, nascido com a faculdade de se mover no tempo. Ela é Claire, que o conhece em criança quando surgiu no mato perto de sua casa inteiramente nu (pela primeira vez viajar no tempo implica em tirar a roupa). O filme “The Time Traverler’s Wife”, chamado nos paises latinos de “Te Amarei Para Sempre”(conta o fim), é fruto de um romance de Audrey Niffenegger (que eu não conheço), de um roteiro de Bruce Joel Rubin (“Ghost”, “Alucinações do Passado”, “My Life”) e do diretor de “Plano de Vôo”, Robert Schwentke. Esse time joga na cabeça do espectador a história de um livreiro de Chicago que apesar de ser instável no presente, consegue casar e ser pai de uma menina. Esta menina também nasce com o gene de instabilidade temporal. Mas ela ensina ao pai (que não aprende) um modo de não viajar dias afora: “-Cante para ficar”. E a música é “Daisy”, aquela que o computador Hal 9000 canta ai ser desligado pelo astronauta David (Keir Dullea) em “2001, Uma Odisséia no Espaço”.
Para as mocinhas que se babaram com Christophe Reeve amando no passado Jane Seymour em “Somewhere in Time”(Em Algum Lugar do Passado), o novo filme procede. Desta vez a mulher não fica enciumada quando o marido viaja. Ela sabe que ele está noutra época, e o que vem de baixo não lhe atinge (difícil ele vir de cima, ou seja, do futuro). Mas no vai-e-vem temporal chega a época em que a morte pede presença. E numa das aparições Henry está ofegante, com uma bala no lombo. A filha sabe que o pai vai morrer. Mas nem ela nem a mãe sabem que ele pode voltar, como de fato volta em campo aberto, ajudado pela paisagem a dizer que o seu amor é eterno.
Faltou só uma canção para dar ao filme um lugar no peito das/dos românticas sobreviventes.
Stephen Hawkins escreveu que o tempo, como dimensão, é passível de ser percorrido por partículas. H.G.Wells não chutou à toa em “The Time Machine”. Mas nessa idéia de usar o tempo como Cupido eu ainda voto no Tyrone Power de “Jamais te Esquecerei”(The House in the Square), o substituto do avô em certo período da vida deste, conhecendo uma prima (do avô), Ann Blyth, que na sua atualidade (1953) não sabia sequer se havia existido. Quando volta ao seu tempo, o personagem procura indícios da moça (que naturalmente aprendeu a amar). Encontra no cemitério. Ela morrera logo depois que ele a deixou. Este filme, dirigido por Roy Baker, mexeu com a minha memória. Vi 2 vezes, a última no finado Cine Íris(Reduto). Usava o preto e branco no presente e o colorido no passado. Nunca mais vi. Nem em TV, nem em VHS, muito menos em DVD.
O romance em “Te Amarei...” fica diluído não só na idéia como-e principalmente-no tratamento dessa idéia. Os tipos ganham com atores bons, mas perdem no fracionamento da ação e nos furos de continuidade. Misturando “sci-fi” e melodrama, resta um híbrido. Tudo bem que é sempre curioso. Mas não emociona. E a emoção é solicitada pelo texto. A mão pesada do diretor é que entornou o caldo. (Pedro Veriano)

Um comentário:

  1. Vi o filme "Jamais te esquecerei" quando tinha 15 anos. Nunca mais o vi, e no entanto jamais o esqueci, ele permaneceu em minha memória como uma encantadora e trágica história de amor.

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