quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Os Últimos Filmes de 2010

Na véspera de Natal re-re-revi “A Felicidade Não se Compra”. É o tônico para se enfrentar um novo ano. Não que me sinta um George Bailey, mas pela sensibilidade tocada por este personagem que o próprio Jimmy Stewart afirmava ser o seu melhor, ou o que mais lhe tocou numa carreira muito rica, edificada por gente como Hitchcock e John Ford.
No fim do período, em sala de cinema, vi Russel Crowe nos passos do colega francês Vincent Lindon, tentando tirar da cadeia a mulher amada. O filme de Lindon, “Tudo por Ela”, era menos tenso posto que a fuga se dava na França. Agora, no que Paul Haggis dirigiu, é nos EUA pós 11-9-01 quando se vê fantasma debaixo da cama. Talvez por isso a fuga francesa pareça menos fantasiosa(e menor em termos de projeção). Mas o remake hollywoodiano(“72 Horas”) diverte. No frio ártico do Cinépolis 7 consegui não olhar para o relógio.
O melhor do fim do ano nas salonas foi mesmo “Megamente” e “Rede Social”. No primeiro caso, a relatividade do que seja um vilão. No segundo, o potencial da internet como o sopro do Grande Irmão de Orwell no já distante (e profético) “1984”. O melhor, porém, foi no DVD caseiro. Mas na revisão do que me impressionou muitos anos atrás, critiquei-me com “A Dama do Cachorrinho”. Na época da primeira visão impressionou-me as aventuras formais do russo Iosif Kheifits, tentando dar imagem ao texto lírico de Tchekhov. Hoje me cansou. Os enquadramentos preciosos, as falas pinçadas diretamente do conto original, a fotografia vistosa de Dmitri Meskhiyev e Andrei Moskvin, tudo me pareceu imposição estética a rebuscar o tema (infidelidade conjugal). Mas ainda assim é um filme marcante. Os russos dos anos 50/60 faziam propaganda de seu regime para ganhar distribuição da Mosfilm. Este cachorrinho latiu fora. E Iya Savvina, a dama, seguia a face angelical de Zhanna Prokhorenko a doce Shura de “A Balada do Soldado”.
Mas eu tratei de bons momentos em DVD. Um exemplo (e eu não conhecia) foi “A Águia Fugitiva” de Roy Baker. O melhor de Hardy Krugger e o único filme nos anos 60 que mostrava um militar alemão da 2ª.Guerra como herói. Caso real. O personagem fugiu dos ingleses de três formas. Voltou a ser piloto do Reich e caiu no mar combatendo. Encantou-se – ou quem sabe encontrou o príncipe de Saint-Exupéry.

Nenhum comentário:

Postar um comentário