segunda-feira, 21 de outubro de 2013
A Bela Adormecida
“A Bela que Dorme” de Marco Bellocchio dorme no fato de não conseguir ser uma discussão sobre a eutanásia com argumentos que prossigam o que outros cineastas fizeram, eu eu lembro Alessandro Amenabar com o seu “Mar Adentro”.
Um roteiro ambicioso focaliza 3 casos de doentes terminais em paralelo com a realidade de Eluana Englaro, comatosa por 17 anos e alvo de discussões sobre o direito de morrer seja por parte do povo seja do governo italiano (morreu pouco depois do pai dela retirar os aparelhos que proporcionavam a sua respiração). Os casos são vistos pela ótica sentimental e deles escapa mais forte o de um senador, adepto da eutanásia, isto apesar de pedir a cura de sua mulher enferma. Um dos casos é o de um médico que vigia a sua paciente capaz de se levantar do leito e tentar se jogar da janela próxima. Este caso ganha um tom prosaico: a moça é obstada pelo médico, mas, quando ele dorme, ela tenta de novo e...desiste. Sem tomar partido, Bellochio acaba mostrando que a pessoa “deixada morrer” na verdade pode desejar viver desde que lhe deem chance para isso. E afinal de contas o ato médico pede a cura, nunca advogar a morte.
Um filme inócuo. Não diz nada sobre um tema muito rico e por isso nada transmite que mexa com a consciência de quem vê.
Premiado por aí afora, “A Bela que Dorme” na verdade cochila . Nem sonha sobre a descerebração. Poderia ganhar o beijo de um príncipe mas o clima de conto de fadas não é cogitado. Uma pena.
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