terça-feira, 1 de outubro de 2013

Lembranças

Um dos primeiros filmes que eu exibi no meu Cine Bandeirante(garagem de casa, na hoje José Malcher antes S.Jeronimo) foi “Almas Rebeldes”(Strange Cargo) que hoje revi em DVD. Uma revisão em 63 anos de um filme com 73 é prova de fogo. Mas não deu para queimar.Clark Gable suja a roupa em lama gulosa, depois toma banho com ela e ainda assim continua usando-a até que arranja outra não se sabe de quem. Joan Crawford perde o batom. Dá para mostrar uma cara sofrida embora o que passa na história fosse para dar mais ênfase a isso. O filme trata de prisioneiros que fogem pela mata próxima da Ilha do Diabo. O grupo vai morrendo e só Gable, Joan e um colega (Ian Hunter) escapam. Mas no fim das contas Gable se entrega à policia ao lado de sua namorada. Hunter profetiza (ele é o místico da historia) umm final feliz. Não sei se isso estava no romance de Richard Sale de onde veio o roteiro. Mas o artificialismo passava na época em nome de uma narrativa ágil por conta de Frank Bozarge, o cineasta “romântico” por excelência. Matei saudades. E gostei mais agora do que no distante 1950. No cinema comercial me diverti com “A Família do Bagulho”, raro titulo brasileiro melhor do que o original (We’re the Millers). Tudo estereotipado mas com situações bem armadas para fazer graça. E por tratar de títulos, o que valeu por aqui foi, por exemplo, “A Felicidade Não Se Compra”(para “it’s a Wonderful Life), a receber elogios do próprio autor, Frank Capra. Mas o normal é aberrações como “Meu Ódio Será Tua Herança”para “The Wild Buch” ou “Fé Demais Não Cheira Bem”para “Leap of Faith”. Em DVD vi um filme interessante também com titulo chamariz: “Paixão Obsessiva” para “The Good Doctor”. Orlando Bloom faz um médico jovem extremamente vaidoso que se apaixona por uma cliente e faz de tudo para que ela permaneça doente para tê-la perto de si. Um desses títulos de baixo orçamento que os distribuidores lançam direto em linha doméstica a não ser em mercados fortes como o do sudeste. Aliás, essa faixa cresce assustadoramente em DVD. Tanto que o melhor cinema agora, para quem mora numa cidade como Belém, é o de casa. E a faixa cineblubina está vivendo com datashow, ou seja, com o tipo de programa veiculado em disco digital. Lembro do meu tempo de cineclube onde lutava com cópias em película de 35mm e 16mm. O aluguel somava o preço do frete e o volume do produto quebrava mola de carro(o meu). Mas foi um capitulo de história e neste 2013 o Cine Clube APCC faria 45 anos e a Associação de Críticos 50. Marcos de tempo.

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