Em
1954 inaugurava-se a tela panorâmica do cinema Moderno, em Belém. Seria a
pioneira na cidade. Eu admirava aquele monstro branco substituindo o quadrado
que ficava na parede da sala. E o filme inaugural foi “Lili”(1953).
Naquele
tempo escreviam sobre cinema no jornal “A Vanguarda” um grupo de estudantes que
se denominava ARTS seguindo as iniciais do prenome de cada um (Acyr, Rafael,
Tupiassu, Santos Penna). Essa turma atacava quase todos os filmes do circuito
comercial. Mas gostou de “Lili”. E eu fiquei surpreso porque “Lili” era um
musical ameno, quase simplório, vindo da Metro que fazia o gênero com frequência
e isso era abominado pelos nossos críticos a ponto do exibidor Victor Mattos
Cardoso ter ido ao jornal pedir que se cancelasse a coluna.
Eu
gostei de estalo quando vi “Lili” pela primeira vez. Decorei logo a canção “Hi
Lili Hi Lo” de Bronislaw Kaper com letra vertida por Haroldo Barbosa. Lembro
que as crianças cantavam muito essa “modinha” que Leslie Caron executava defronte
de um boneco.
“Lili”
era ingenuidade porejando suavidade e legando uma joia do cinema que desafiou o
tempo. O melhor do diretor Charles Walters.
Saiu
agora em DVD. Comprei o meu exemplar.Lógico.
Musica de “Lili” por
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