Nunca
fui um fã da obra do sr.Lars Von Trier, dinamarquês que se apresentou bem com “Europa”,onde
focalizava a luta pela subsistência do europeu no pós-guerra. Depois disso ele
enveredou por experiências que nunca me sensibilizaram como as produções no
estilo que ele chamou de Dogma, um meio de filmar como a gente, da safra
amadora, fazia em 16mm, cortando na marra e usando luz ambiente.
Hoje Von
Trier focalizou um fim de mundo em “Melancolia” com a ideia muito boa de que
isso acontece mais no aspecto cultural do que nas megaproduções de CGI que
Hollywood vomita desde que George Pal morreu. Mas a sua versão de uma decadência
burguesa surgiu demasiadamente camuflada por uma psicologia de bula de remédio.
Não me tocou os tipos que eram para tocar. E isso prossegue em “Ninfomaníaca”
onde Freud se esconde numa anamnese feita por um psicólogo amador, Sellgman, a
uma “doente”(e ninfomanía é doença)chamada Joe. O sexo no filme é tão
explicitamente vulgar como os planos de pênis eretos e coitos em planos pudicos
que se camuflam entre pernas e bundas.Deixa lamentos a lembrar o que Nagisa
Oshima fez em “O Império dos Sentidos”. Tudo para dizer que assim como o sexo
demais é patologia o sexo de menos também é (e há capitulo médico sobre).
Tratar
do relacionamento humano requer uma observação mais sutil, ou descaradamente
clinica ou voltada ao pendor artístico. Nada disso restou nos relatos de Joe e
nas “lições”do pseudoerudito que a escuta.O filme é mais uma forma de chamar a
atenção pelo hardcore sem um X censor. Amor e sexo ou amor pelo sexo cai em
puro sensacionalismo industrial. Resta o tema para um cineasta mais sensível.
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