quarta-feira, 26 de março de 2014

Ninfomaniaca


               Nunca fui um fã da obra do sr.Lars Von Trier, dinamarquês que se apresentou bem com “Europa”,onde focalizava a luta pela subsistência do europeu no pós-guerra. Depois disso ele enveredou por experiências que nunca me sensibilizaram como as produções no estilo que ele chamou de Dogma, um meio de filmar como a gente, da safra amadora, fazia em 16mm, cortando na marra e usando luz ambiente.

               Hoje Von Trier focalizou um fim de mundo em “Melancolia” com a ideia muito boa de que isso acontece mais no aspecto cultural do que nas megaproduções de CGI que Hollywood vomita desde que George Pal morreu. Mas a sua versão de uma decadência burguesa surgiu demasiadamente camuflada por uma psicologia de bula de remédio. Não me tocou os tipos que eram para tocar. E isso prossegue em “Ninfomaníaca” onde Freud se esconde numa anamnese feita por um psicólogo amador, Sellgman, a uma “doente”(e ninfomanía é doença)chamada Joe. O sexo no filme é tão explicitamente vulgar como os planos de pênis eretos e coitos em planos pudicos que se camuflam entre pernas e bundas.Deixa lamentos a lembrar o que Nagisa Oshima fez em “O Império dos Sentidos”. Tudo para dizer que assim como o sexo demais é patologia o sexo de menos também  é (e há capitulo médico sobre).

               Tratar do relacionamento humano requer uma observação mais sutil, ou descaradamente clinica ou voltada ao pendor artístico. Nada disso restou nos relatos de Joe e nas “lições”do pseudoerudito que a escuta.O filme é mais uma forma de chamar a atenção pelo hardcore sem um X censor. Amor e sexo ou amor pelo sexo cai em puro sensacionalismo industrial. Resta o tema para um cineasta mais sensível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário