Capitão
America não era um dos meus preferidos heróis de gibi. Na época em que ele
surgiu, por aqui nas revistas mensais (eu gostava mais das semanais, ou as que saiam 3 vezes na semana), ainda existia o
fervor patriótico que o norte-americano cultuava durante a guerra(1939-1945).
Tanto que o herói acabaria a carreira quando os aliados entraram na Alemanha.
Hoje a MARVEL de Stan Lee ressuscitou o personagem para ganhar dinheiro. E
ganhou, ou ganha. Agora com a editora também produtora de filmes A,e ligada a
Disney(vendida por muita grana), sai um segundo longa megalômano e que nas
bilheterias vira campeão.
O
interessante no novo filme é que o herói procura brigar muito mais “à paisana”,
deixando a mascara e o escudo. Também a SHIELD, arremedo da CIA, abre espaço
para bandidos. Tem interesses nada patrióticos em jogo. E espanta ver Robert Redford
como um mau caráter.Dizem que ele aceitou estar no filme atendendo à uma neta.
Certamente não era o papel que a garota
pedia. Mas o que importa é que o Capitão América briga ao lado da Viúva Negra,
que fora da KGB, e para ganhar batalhas tem de expressar certa mágoa de ver sua
gente jogando no outro lado do campo.
Não se
pense que a flexibilidade nos caracteres é um avanço da historia para um drama
social & politico. No fundo é a mesma exibição de força e efeitos
especiais. O computador volta a ser o principal interprete e já se está fazendo
uma terceira aventura de Steve, o soldado que hibernou uns 30 anos e voltou sem
somar seus quase cem.
No meu
tempo de criança as coisas eram mais simples, exceto quando os autores eram
Clarence Gray, William Ritt, Alex Raymond ou, na área de comédia, Al Capp. Com
eles eu fiquei com a impressão de uma forma de arte visual a partir de palavras
e traços. Mudou o gibi, e se antes os heróis só ganhavam cinema em seriados de
Sam Katzman e outros produtores de menor porte, hoje são coloridos, digitais,
pretensiosos. Como quem perde a inocência e sente o calor do inferno.
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